O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, espera que as obras das usinas hidrelétricas Jirau e Santo Antônio, paralisadas desde a semana passada por causa de protestos dos operários, sejam retomadas o mais rápido possível para não afetar o cronograma de operações.
O cronograma prevê que as duas usinas entrarão em funcionamento com um ano de antecipação, ou seja, deverão começar a operar entre o fim de 2011 e o início de 2012. Santo Antônio foi licitada em 2007 e Jirau em maio do ano seguinte. Somadas, as hidrelétricas terão capacidade instalada de 6,4 mil megawatts (MW).
Em relação ao contrato de fornecimento de energia das usinas, Tolmasquim considerou pouco provável que haja atraso, justamente porque as obras devem ser entregues antes do prazo previsto.
Ele disse que o governo está acompanhando essa nova realidade da economia brasileira, de grandes obras em andamento, como hidrelétricas e refinarias, que acabam gerando muitas demandas trabalhistas. ;É uma situação nova, um volume grande de obras ao mesmo tempo e o mercado está superaquecido, o que dá um certo poder de barganha ao próprio trabalhador, porque a demanda é grande;. Ele confia, no entanto, que os problemas nas usinas do Rio Madeira são gerenciáveis e que haverá negociação para que as obras sigam adiante.
Em relação ao programa nuclear brasileiro, descartou qualquer processo de descontinuidade em razão da tragédia ocorrida no Japão. A situação aqui é distinta, segundo ele. A tecnologia usada no Brasil é mais segura e o país não está sujeito a terremotos nem tsunamis.
Admitiu, porém, que a questão nuclear está sendo objeto de reexame em todo o mundo, face à catástrofe japonesa. ;É claro que tudo isso que está sendo visto no mundo vai ter influência aqui no Brasil também;. Segundo Tolmasquim, o Brasil deve continuar a obra da Usina Nuclear Angra 3 e olhar o que está acontecendo no resto do mundo, fazer comparações para, então, tomar decisões.
Tolmasquim participou hoje (25) da solenidade de posse do novo presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro, Henrique Rzezinski.