Nova York - Os preços do petróleo fecharam em leve baixa nesta sexta-feira (18/3) em Nova York, depois do anúncio de um cessar-fogo por parte do governo líbio, enquanto a repressão continuava em outros países árabes.
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em abril fechou em US$ 101,07, em queda de 35 centavos em relação a quinta-feira.
Depois de abrir em forte alta, os preços inverteram a tendência diante do anúncio de que as forças de Muamar Kadafi suspenderam suas operações militares na Líbia, com o qual o WTI perdia três dólares em poucos minutos.
No Intercontinental Exchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em maio caiu 97 centavos, a US$ 113,93.
Para o mercado, a notícia implica "que não vai haver uma escalada bélica no norte da África", explicou Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
"Mas é possível que a Líbia fique dividida entre leste e oeste e que a produção de petróleo mantenha-se interrompida durante longo tempo", advertiu.
ONU
Essa decisão foi tomada no dia seguinte à votação do Conselho de Segurança da ONU em favor do uso da força contra as tropas leais a Kadafi, que em um primeiro momento impulsionou os preços do petróleo.
A declaração de Kadafi surpreendeu o mercado, já que antes o líder líbio tinha ameaçado tornar a vida daqueles que atacarem a Líbia em "um inferno".
No entanto, os preços "mantinham-se acima dos US$ 100 e penso que o risco continua sendo alto", considerou Rich Ilczyszyn, da corretora Lind-Waldock.
"Assistimos a uma escalada no Iêmen, que é acompanhada de perto" no mercado, afirmou.
O país é cenário de violentos confrontos desde o início das manifestações contra o regime, que provocaram mais de 40 mortos na sexta-feira em Sanaa.
No Bahrein, as forças leais ao poder atacaram a Praça da Pérola, no centro de Manama, símbolo da oposição xiita da monarquia sunita.