Os bons números do início do ano para a indústria automotiva brasileira não foram suficientes para competir com a voracidade do mercado indiano, que pulou do sétimo para o quarto lugar no ranking mundial de produção de veículos, roubando o posto que era do Brasil no fim de 2010. No fechamento do ano passado, a Índia estava em sétimo lugar com maior volume de veículos vendidos, mas com o crescimento de 23,8% nas vendas (na comparação entre janeiro deste ano com o mesmo período de 2010) passou para quarto lugar, ficando à frente de Brasil e Alemanha, que tiveram um crescimento menor, de 14,1% e 17,5%, respectivamente. A França, que apresentou aumento de 8,2%, também perdeu uma posição e ficou em sétimo lugar.
O crescimento do mercado brasileiro também foi menor se comparado aos países que formam o BRIC (Brasil , Rússia, Índia, China). A China cresceu 16,8% na comparação com janeiro de 2010 e Rússia teve o maior crescimento entre todos os países: 72,10%. O levantamento é realizado sistematicamente pela consultoria Jato Dynamics do Brasil.
O diretor superintendente da consultoria, Luiz Carlos Augusto, não acredita que o mercado indiano deverá manter o ritmo. %u201CDiferentemente do mercado brasileiro que acumula as vendas em dezembro, isso não ocorreu lá, o que pode ter provocado esse crescimento em janeiro%u201D, explica Luiz Carlos. O movimento de acelerar as vendas, principalmente os emplacamentos no último mês do ano, é conhecido como %u201Crapel%u201D e visa, principalmente, a disputa pela liderança do mercado e em determinados segmentos de veículos, conseguindo até dezembro um número maior de veículos emplacados, o que não significa que eles sejam vendidos de fato. Na análise de Luiz Carlos, o Brasil deve recuperar o posto de quarto mercado mundial de automóveis. no decorrer do ano.
Porém, o terceiro colocado, o Japão, que teve uma acentuada queda em janeiro (16,60%), deve sofrer ainda mais com os estragos provocados pelo terremoto. %u201CExiste no momento a expectativa quanto aos recentes acontecimentos no Japão, pois as montadoras japonesas suspenderam a produção nas fábricas em áreas atingidas pelo terremoto e tsunami na sexta-feira, 11 de março%u201D, afirma João Carlos Rodrigues, diretor da Jato Dynamics do Brasil.
Entretanto, a diferença do mercado japonês, que é o terceiro colocado, para o quarto, é muito grande. Em janeiro foram comercializadas 304.038 unidades no país asiático. Enquanto na Índia foram vendidas 258.445 veículos. O Brasil, quinto colocado, vendeu 229.843; na sequência, Alemanha (226.600) e França (219.082). Os dois primeiros colocados China (1.482.131) e Estados Unidos (819.138) são soberanos na liderança. A China é tão absoluta, que mesmo sem ter os dados dos veículos comerciais computados, é líder disparada.