A Páscoa deste ano não será tão doce para o bolso do consumidor brasileiro. Os tradicionais ovos que abarrotam o comércio já estão sendo vendidos, em média, a um preço 7,5% maior do que o verificado em 2010. Segundo os fabricantes, a culpa pelo encarecimento dos produtos é do cacau e do açúcar, que estão supervalorizados no mercado internacional. Mas, apesar dos aumentos, a Associação Brasileira das Indústrias de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) prevê vendas recordes de 25 milhões de quilos de ovos de páscoa, apostando no aumento da renda da população e no ingresso de milhões de pessoas no mercado de consumo.
Os produtores afirmaram que a cotação do cacau está no maior nível desde 1979. Já o açúcar e os brinquedos (que vão dentro dos ovos) estão, em média, 20% mais caros ante o ano passado. Os empresários garantiram, porém, que não repassaram todo o aumento de custos para as mercadorias, temendo retração nas vendas e porque estocaram cacau. ;Estamos usado estoques de 2010, quando o produto estava mais barato;, afirmou Plínio Freitas, gerente de marketing da Barry Callebaut, a maior empresa de chocolate do mundo. Ele admitiu que a tendência de reajustes deverá se manter ao longo deste ano e, em 2012, por causa das recentes crises políticas em países africanos exportadores da commodity que é matéria-prima do chocolate ; caso da Costa do Marfim.
O otimismo do setor, porém, é grande. ;Acredito que teremos crescimento das vendas em torno de 10% neste ano;, disse o diretor de marketing da Arcor, Ciro Mariane, durante o Salão de Páscoa 2011, evento que reúne as principais fabricantes de chocolate do país. Não à toa, as empresas estão ampliando o número de lançamentos de produtos. Segundo a Abicab, cerca de 80% de tudo relacionado à data que chegou ao comércio são inovações. Mas que fique claro: qualquer novo elemento ; um brinde diferente, por exemplo ; é suficiente para que a mercadoria seja considerada inédita.
Independentemente de produtos consagrados ou novos, a demanda por ovos de Páscoa deverá ser enorme. E para atender à procura, as empresas anteciparam a fabricação, contrataram centenas de promotores de vendas e reforçaram o quadro de pessoal nas unidades industriais. Somente a Lacta arregimentou seis mil pessoas para esse período. ;A nossa produção começa em setembro. Por seis meses contratamos funcionários extras. E muitos deles conseguem a efetivação após a fase de contrato temporário;, disse Fábio Ascerb, diretor de assuntos corporativos do grupo Kraft Foods, responsável pelos chocolates da marca.
CARTÕES LIDERAM RECLAMAÇÕES
; O Cadastro de Reclamações Fundamentadas da Fundação Procon-SP mostra que, no ranking das 50 companhias que mais receberam queixas em 2010, 14 estão no setor financeiro. Novamente, protestos a respeito de cartões de crédito representam a maior parte das queixas. ;Mais uma vez o cartão de crédito é o assunto mais reclamado;, disse a supervisora da Área de Assuntos Financeiros e Habitação do Procon-SP, Renata Reis, após divulgação dos números da capital paulista. As transações não reconhecidas pelos clientes representam a maior parte das reclamações sobre cartões de crédito. Em seguida estão os envios de produtos não solicitados pelo consumidor e cobranças abusivas de tarifas. ;As empresas se preocupam em colocar o produto no mercado, mas não conseguem resolver as fraudes na mesma medida;, acrescentou ela.