Jornal Correio Braziliense

Economia

Petrobras encomenda de empresas brasileiras 39 navios de frete

Rio de Janeiro ; Com o objetivo de diminuir a dependência do mercado externo de fretes marítimos, a Petrobras contratou 39 navios que serão construídos exclusivamente por empresas brasileiras, em estaleiros estabelecidos no Brasil. A iniciativa faz parte do Programa Empresas Brasileiras de Navegação (EBN) e visa a fortalecer a indústria de construção naval nacional.

O EBN trata do afretamento de navios com contrato de 15 anos. A Petrobras divulgou hoje (2) o balanço do programa, que foi dividido em duas fases. A primeira delas, o EBN1, fechou a contratação de 19 navios de sete empresas nacionais, com previsão para conclusão até 2014.

Na segunda fase, o EBN2, seis empresas foram contratadas para a construção de 20 navios a serem entregues entre 2013 e 2017. Ao todo, a Petrobras deve gastar cerca de U$ 350 milhões por ano com o afretamento dos 39 navios. A expectativa da empresa é que o programa ajude a criar 30 mil empregos diretos e indiretos, além de 2 mil empregos permanentes. Pelo menos 50% do conteúdo dos navios serão nacionais, com previsão de se chegar a 75% no futuro.

O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, informou que, hoje, a Petrobras usa 190 navios que operam diariamente na cabotagem de petróleo, responsáveis por 80% do transporte marítimo da empresa, e quase todos pertencem a empresas internacionais.

A estatal espera dobrar a produção de petróleo em dez anos, com a previsão de afretamento de 200 navios até 2017. ;Aos empresários interessados em investir na indústria de petróleo e gás aqui no Brasil, aconselho que construam estaleiros, pois vamos precisar de muitos para a parte de exploração e produção, área de abastecimento, navios, módulos etc.;

Costa disse que há, atualmente, duas grandes empresas que investem na construção de estaleiros, mas que vai esperar que elas se pronunciem publicamente sobre o interesse em participar do programa.

A Petrobras gasta anualmente cerca de U$ 1,9 bilhão com afretamento de navios nos sistemas Time-Charter Party (TCP) e Voyage-Charter Party (VCP). Paralelo ao Programa EBN, a Petrobras também possui o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef). Segundo Costa, os dois programas se complementam.

;A Petrobras entendeu que era importante também ter navios operados por terceiros, porque podemos fazer comparação de desempenho. E também tão importante quanto é ter de volta empresas de bandeiras brasileiras na nossa cabotagem, pois hoje quase todas vêm do exterior e isso é um risco;, afirmou Costa. O diretor disse que a empresa não tem pretensões de ter uma frota 100% brasileira.