Brasília %u2013 A dificuldade para preencher 2.403 vagas de trabalho oferecidas a presos e a ex-detentos por meio do projeto Começar de Novo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), deve-se a dois motivos. Em primeiro lugar, os tribunais não conseguem gerir devidamente as informações para encaminhar pessoas para as vagas, especialmente por falta de estrutura. %u201COutro fator que causa o problema é a falta de qualificação dos presos para as vagas%u201D, informa Luciano Losekann, coordenador do projeto no CNJ.
Nesta semana, magistrados que representam o Começar de Novo nos estados e no Distrito Federal foram convocados para uma reunião no CNJ. Em pauta, a discussão dos problemas e de ideias para fazer o projeto dar mais resultados. Uma das propostas aprovadas é o fechamento de parcerias com o Sistema S (composto por entidades como o Serviço Social da Indústria, o Sesi, e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, o Senai) para a capacitação dos presos.
O CNJ também irá trabalhar para um maior engajamento dos parceiros no projeto. %u201CFechamos acordo para os presos trabalharem em obras e eventos relativos à Copa do Mundo de 2014, mas muitas vagas só podem ser criadas se governadores baixarem decreto nesse sentido%u201D, afirma Losekann. O Rio de Janeiro, o Rio Grande do Sul e o Paraná são alguns dos estados que ainda não assinaram o decreto para a criação das vagas.
Em maio, o CNJ prepara um grande encontro entre representantes do Judiciário, de entidades públicas e privadas e da sociedade civil para debater a reinserção de presos e a criação de oportunidades. %u201CSerá uma grande chance para a troca de experiências, inclusive para a divulgação de iniciativas que estão dando certo%u201D, acredita Losekann.