Jornal Correio Braziliense

Economia

Aumento de gastos em janeiro não põe em risco cortes no Orçamento

O aumento de 24% das despesas federais em janeiro não porá em risco o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento anunciado há duas semanas, disse nesta quinta-feira (24/2) o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Segundo ele, o comportamento dos gastos no último mês não reflete a tendência para 2011. %u201CUm mês não é suficiente para refletir a tendência dos gastos para todo o ano, até porque, em janeiro, os gastos foram afetados por empenhos [autorizações] feitos no fim do ano passado%u201D, declarou o secretário. Ele, no entanto, afirmou que os gastos de custeio (manutenção da máquina pública) e com pessoal, que cresceram no mês passado, vão se desacelerar nos próximos meses. De acordo com Augustin, as despesas de custeio, que aumentaram 35,3% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado, e de pessoal, que subiram 10,5% no período, reduzirão o ritmo de crescimento. %u201CNa comparação com o PIB [Produto Interno Bruto] nominal, as despesas com pessoal caíram 1,7% [cresceram menos que o PIB]". Para o secretário, o único tipo de despesa que terá crescimento significativo em 2011 serão os investimentos. %u201CMesmo assim, os investimentos crescerão menos neste ano que em 2010%u201D, estimou. No ano passado, os gastos com investimentos subiram 38%. O secretário também disse que o governo pode emitir títulos em reais no exterior ainda no primeiro semestre. Por meio dessas emissões, o Tesouro capta recursos no exterior, mas transfere todo o risco para os compradores, que assumem o prejuízo em caso de desvalorização do real.