Jornal Correio Braziliense

Economia

Bancos e fundos de investimentos detêm maior parte da dívida pública

Os bancos e os fundos de investimento detêm a maior parte dos títulos da dívida pública interna. Segundo levantamento inédito divulgado hoje (22/2) pelo Tesouro Nacional, os bancos concentravam 35,4% da dívida interna em janeiro (R$ 536,03 bilhões) e os fundos respondiam por 31,3% (R$ 475,27 bilhões). Em terceiro lugar, estão os fundos de pensão, com 14,8% (R$ 224,48 bilhões). Os estrangeiros responderam por 12% (R$ 182 bilhões); e as seguradoras, por 4% (R$ 60,99 bilhões). Os demais investidores concentraram 2,5% (R$ 37,43 bilhões). Em relação aos investidores estrangeiros, a participação de 12% é recorde. Em valores absolutos, no entanto, a quantia diminuiu R$ 430 milhões em relação a dezembro. %u201CO aumento percentual ocorreu porque o volume total da dívida interna caiu em janeiro%u201D, ressaltou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido. A dívida pública mobiliária (em títulos) interna caiu de R$ 1,603 trilhão em dezembro para R$ 1,542 trilhão em janeiro. O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investidores estrangeiros no fim do ano passado, afirmou Garrido, ainda não diminuiu a fatia dos estrangeiros na dívida interna, mas estabilizou a participação desses aplicadores nos papéis brasileiros. %u201CO fluxo de entradas foi interrompido [após o aumento do IOF], mas as saídas não ocorreram, o que manteve o estoque relativamente estável nos últimos meses%u201D. Até o fim do ano passado, o Tesouro Nacional divulgava apenas a participação dos estrangeiros na dívida pública interna. A série histórica dos demais tipos de participantes, no entanto, ainda está sendo elaborada pelo órgão. O levantamento mostrou ainda que os bancos preferem os títulos prefixados (corrigidos com antecedência), os fundos de investimento aplicam mais em papéis vinculados à Selic e os fundos de previdência apostam em títulos atrelados a índices de preços. Todas as categorias aplicam em papéis de longo prazo, com 66% da carteira de investimento em títulos com mais de um ano de vencimento.