A venda de títulos públicos a pessoas físicas pela internet bateu recorde em janeiro. Segundo números divulgados hoje (22) pelo Tesouro Nacional, as emissões do Programa Tesouro Direto somaram R$ 360,26 milhões no mês passado.
O volume é o maior desde julho de 2010, quando as vendas do Tesouro Direto tinham somado R$ 267,8 milhões. Em janeiro, 5.036 participantes aderiram ao programa. Nos últimos 12 meses, o total de investidores aumentou em 219,6 mil, alta de 21,85%.
Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, o recorde foi provocado pela maior divulgação do programa e à concentração de vencimentos em janeiro. Com os rendimentos dos títulos, os investidores compram novos papéis, o que aumenta a rolagem da dívida e impulsiona as vendas.
Garrido evitou afirmar se o aumento dos juros básicos pelo Banco Central atraiu investidores, estimulados pelas taxas mais altas. %u201CAs alterações de juros do Banco Central afetam todas as aplicações e, não necessariamente, estimulam a migração%u201D, alegou.
Os títulos prefixados (com juros definidos no momento da emissão) foram os papéis mais procurados pelos investidores em agosto, com 54,81% do que foi vendido. Em segundo lugar, ficaram os papéis atrelados a índices de preços, com 35,16%. Os papéis vinculados à taxa básica de juros (Selic) representaram 10,04% das emissões no mês passado.
O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas adquiram títulos públicos diretamente pela internet. A compra é feita sem intermediários, mas o aplicador tem que pagar taxa a uma corretora que ficará com a custódia dos títulos.
A venda de títulos é uma das formas que o governo tem para captar recursos e honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver o valor com um adicional, que pode ser a taxa Selic, índices de inflação, variação do dólar ou uma taxa definida antecipadamente.