Jornal Correio Braziliense

Economia

Petróleo fecha em alta em NY, mas cai em Londres

Nova York (EUA) - Os preços do petróleo subiram nesta quinta-feira (17/2) em Nova York, no fim de uma sessão volátil, dominada novamente por movimentos de protesto que continuam agitando o Oriente Médio, mas caíram em Londres.

No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em março fechou em US$ 86,36, uma alta de US$ 1,37 em relação à quarta-feira.

Por outro lado, no IntercontinentalExchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em abril perdeu US$ 1,19 a US$ 102,59.

Os preços em Nova York "estão baixos há tanto tempo que temos uma espécie de reajuste", constatou Tom Bentz, do BNP Paribas.

Influência

A diferença ampliou-se entre os preços de Nova York e Londres, alcançando US$ 20, desde o início das primeiras manifestações no Egito. Os operadores tinham ampliado as compras de Brent do Mar do Norte, negociado em Londres, porque qualquer perturbação do fornecimento do Oriente Médio afetaria em primeiro lugar o mercado europeu.

O barril de WTI, no entanto, caiu por conta da abundância das reservas nos Estados Unidos.

Na quinta-feira, ocorreu o fenômeno inverso: alta de preços em Nova York e queda em Londres. A tendência foi acentuada por fatores técnicos, segundo Bentz: a aproximação da expiração do contrato para entrega em março em Nova York, na terça-feira, obriga os operadores a ajustar suas posições.

Contudo, "os temores sobre o Oriente Médio persistem", completou o analista.

As manifestações contra os regimes autoritários da região enfrentam uma violenta repressão, que provocou quatro mortes em 24 horas no Bahrein, ao menos duas na Líbia e duas no Iêmen, onde 35 pessoas foram feridas na quinta-feira em diversos incidentes.

O número dois da gigante russa do gás, Alexandre Medvedev, declarou-se inquieto nesta quinta-feira durante coletiva de imprensa em Nova York sobre "a evolução da situação política em países petroleiros", referindo-se aos acontecimentos na Argélia e na Líbia, duas nações onde o grupo está presente.