Brasília ; As reservas internacionais ultrapassaram na quarta-feira (9/2) a marca simbólica de US$ 300 bilhões, de acordo com o Banco Central (BC). É a primeira vez na história do país que o volume de divisas internacionais alcança esse patamar. O valor exato, divulgado pelo BC, é de US$ 300,271 bilhões, mais de meio trilhão de reais.
As reservas no encerramento de 2010 estavam em US$ 288,57 bilhões. De lá para cá a autoridade monetária foi induzida a comprar mais dólares no mercado à vista e a contratar operações de compra no mercado futuro (swap cambial reverso) com o objetivo de conter a desvalorização da moeda norte-americana ante o real.
Houve, portanto, um aumento expressivo do ritmo de intervenções do BC no mercado de câmbio, o que explica, em parte, a entrada de mais US$ 11,7 bilhões nas reservas só neste início de ano. Com a forte entrada de dólares de investidores internacionais, que querem se beneficiar das altas taxas de juros brasileiras, o BC comprou US$ 10,82 bilhões no mercado à vista até o último dia 4.
O aumento das reservas vende, para a comunidade financeira internacional, a imagem de fortalecimento de liquidez interna e dá respaldo para o enfrentamento de crises, como ataques especulativos contra a moeda nacional ou como a crise que atingiu todas as economias mundiais a partir de setembro de 2008. Mas manter esse volume expressivo de reservas, porém, importa em um custo de carregamento alto, pois aumentou a dívida pública em cerca de US$ 24 bilhões no ano passado com a emissão de títulos e o consequente pagamento das taxas de comissão.