FRANKFURT - As exportações alemãs aumentaram 18,5% em 2010 em relação a 2009, criando um significativo excedente comercial de 154,3 bilhões de euros (210,534 bilhões de dólares), segundo números provisórios publicados nesta quarta-feira pelo Escritório Federal de Estatísticas.
No ano passado, a Alemanha exportou mercadorias no valor de 951 bilhões de euros (%2b18,5%), ao mesmo tempo em que importou 797,6 bilhões de euros, uma alta de 11,2% em relação a 2009, segundo o comunicado da Destatis.
Quase 60% das exportações alemãs em 2010 foram destinadas a países da Eurozona, de onde a Alemanha comprou 63% de suas importações no mesmo período.
A balança de pagamentos anual - que reúne as balanças comercial e de serviços, além dos lucros e transferências de capitais - ficou em 129,9 bilhões de euros (177,088 bilhões de dólares), um avanço de 8,3% em um ano.
Em dezembro, as exportações alemãs representaram 81,7 bilhões de euros (111,376 bilhões de dólares), uma alta de 21% em um ano. As importações no mês foram inferiores (69,8 bilhões de euros - 95,144 bilhões de dólares), mas aumentaram mais que as exportações (%2b26,8%).
Em relação a novembro, as exportações subiram 0,5%, enquanto as importações caíram 2,3%.
Quanto ao conjunto de 2010, trata-se da alta anual das exportações mais importante desde a reunificação - e é necessário remontar a 1974, na Alemanha Ocidental, para encontrar um crescimento mais elevado (%2b29,3%), declarou à AFP um porta-voz da Destatis.
Os dois recordes possuem em comum o fato de terem sido registrados em anos imediatamente posteriores a crises, que afundaram as exportações.
As vendas de produtos alemães para o exterior corresponderam a cerca da metade do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2010, e dois terços destas exportações são oriundas do poderoso setor automobilístico nacional.
A demanda por veículos Volkswagen, BMW e Mercedes produzidos na Alemanha voltou a crescer com força no ano passado, em particular para a China. Os produtos industriais, como máquinas e equipamentos, também foram beneficiados pelo apetite renovado das empresas, especialmente as asiáticas.
"Nossa recuperação tem sólidas bases em dois pilares: o comércio exterior e a demanda interna. São boas bases para uma evolução equilibrada da economia este ano", disse o ministro da Economia alemão, Rainer Brüderle, em um comunicado.
Para este ano, o governo aposta em uma alta do PIB de 2,3%, menos que os 3,6% de 2010, embora alguns economistas e os círculos empresariais confiam em um crescimento melhor que o estimado.
A federação alemã de câmaras de comércio e indústria (DIHK), por sua vez, prevê um crescimento de 3% em 2011, graças a uma recuperação do consumo interno e uma sólida manutenção da demanda externa, de acordo com uma pesquisa realizada entre 28.000 empresas alemãs publicada nesta quarta-feira.