As commodities não são as responsáveis pelo desequilíbrio da economia mundial, apesar da alta global dos preços dos alimentos, disse hoje (7/2) a presidenta Dilma Roussef, durante encontro com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, segundo o porta-voz da Presidência da República, Rodrigo Baena.
De acordo com Baena, Geithner concordou com a posição da presidenta. Na semana passada, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) comunicou que os preços dos alimentos atingiram nível recorde. O tema deve monopolizar as discussões durante a próxima reunião do G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias mundiais), este mês, na França.
À frente da presidência do grupo, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, defende mecanismos para combater a especulação, que pode provocar a alta dos preços dos alimentos a partir da elevação das commodities agrícolas. O Brasil é um dos principais produtores dessas commodities.
Equilíbrio
Na reunião com Geithner, Dilma Rousseff classificou como estratégica a relação entre o Brasil e os Estados Unidos. Porém, cobrou equilíbrio no comércio bilateral que, segunda a presidenta, passa pelo aumento da exportação de produtos manufaturados brasileiros para o mercado norte-americano, conforme relato do porta-voz.
Após o encontro com Dilma Rousseff, Geithner fez uma rápida declaração sobre a reunião. Ele disse que os dois países devem intensificar as relações econômicas e comerciais e também trabalhar em conjunto a favor de um sistema econômico global mais equilibrado e estável. Os ministros Antonio Palocci (Casa Civil) e Guido Mantega (Fazenda) também estiveram na reunião no Palácio do Planalto.
A viagem de Geithner ao Brasil faz parte dos preparativos da visita do presidente Barack Obama ao país, em março. É a primeira vez que Geithner vem ao Brasil como chefe do Tesouro dos Estados Unidos, cargo que ocupa desde 2009.