A queda do dólar e as medidas do Banco Central para conter a desvalorização da moeda norte-americana não devem atingir o bolso de quem quer fazer a tão sonhada viagem internacional. Se por um lado o dólar desvalorizado prejudica as exportações, por outro beneficia aqueles que pretendem viajar ou investir no futuro profissional por meio de um intercâmbio.
A brasiliense Juliana Lima, 23 anos, decidiu antecipar a experiência a ser vivida nos Estados Unidos. ;Aproveitei o momento para planejar com antecedência e pagar menos, por exemplo, nas passagens aéreas, antes que as medidas do governo possam fazer efeito e o dólar suba de novo;, diz a estudante, que embarca em julho para o exterior.
Com um planejamento cauteloso sobre o país de destino é possível economizar ainda mais, destaca a agente de viagens Suzana Castro. ;Quem está preocupado com a economia deve pesquisar um lugar com custo de vida baixo. O Canadá e os países da América do Sul são muito procurados. Vale lembrar que a facilidade de transporte é fundamental para economizar, mas a qualidade do curso oferecido não deve ser deixada de lado;, adianta.
Catarina Dias, 19 anos, optou pelo período fora de alta temporada. Em junho do ano passado, ela foi para o Chile. ;E como eu fiquei na casa de uma família, eu economizei muito nas refeições, mesmo contribuindo com as despesas;, lembra.
Na mira dos recrutadores
A ordem é aproveitar para investir tempo e dinheiro no intercâmbio que realmente dá um retorno certo para o currículo. A boa notícia é que os recrutadores estão de olho. Com a qualificação no passaporte, a disputa por trabalhadores capacitados ultrapassa fronteira. ;Quem vem de fora precisa ser criativo e dinâmico para se dar bem. Às vezes, o choque de culturas não é fácil, mas vale a pena porque quando o trabalho é bem feito é reconhecido e valorizado por aqui;, ressalta a brasileira Camila Souza, de 28 anos, que mora na França a serviço de uma empresa de cosméticos.
No entanto, é importante ressaltar que, assim como no Brasil, a concorrência lá fora existe e é acirrada. Portanto, segundo os especialistas, os interessados em sair do país para trabalhar em áreas não operacionais devem investir em especializações. ;Em diversos casos é importante a especialização da pessoa em sua área de estudo, porém, em muitos casos, o que as empresas estrangeiras avaliam durante o processo de seleção são habilidades do candidato em trabalhar com uma cultura diferente e em grupo, possuir características de liderança e também possuir resiliência para se adaptar a uma nova realidade;, diz Felipe Fernandes, vice-presidente de comunicação e marketing da Aiesec/Brasília.
;O importante é que o intercâmbio seja uma experiência de crescimento pessoal e profissional. A dica é se envolver com organizações internacionais que proporcionem ao indivíduo a oportunidade de entrar em contato com outros tipos de cultura e conhecer intercambistas que estão de passagem pelo Brasil. Além disso, uma ótima maneira de entender outra sociedade é participar de eventos que promovam a integração entre as diferentes culturas;, acrescenta.
Troca de experiências
Quem está interessado em fazer um intercâmbio vai ter oportunidade na noite desta sexta-feira (4/2) de trocar experiências com quem já investiu na educação profissional no exterior.
O evento organizado pela rede global Aiesec ; que estimula o desenvolvimento do potencial de liderança por meio de intercâmbios profissionais no Brasil e no exterior ; vai trazer sete intercambistas de nacionalidades diferentes para relatar suas experiências no Brasil, além de divulgar um website criado para promover os trabalhos de ONGs da cidade. O encontro será no campus norte do Iesb, na SGAN, Quadra 9 ; módulo D, no auditório principal.