Washington (EUA) ; Apesar dos sinais de recuperação, a economia dos Estados Unidos ainda precisará da ajuda do Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, para se manter de pé e consolidar a retomada. Esse foi o principal recado emitido ontem pelo presidente da instituição, Ben Bernanke, em discurso no National Press Club. Segundo ele, a produção e o consumo foram ;fortalecidos nos últimos meses;, mas não estão fortes o suficiente para melhorar o mercado de trabalho, que ostenta taxa de desemprego superior a 9%.
Bernanke deixou claro que as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano são melhores. Porém, pediu cautela para não cantar vitória antes da hora. ;Até virmos um período sustentável de forte criação de emprego, não podemos considerar que a recuperação foi verdadeiramente estabelecida;, afirmou. A seu ver, ;a recuperação econômica que começou em meados de 2009 parece ter se fortalecido nos últimos meses, mas o crescimento não foi suficientemente rápido para trazer melhoras no mercado de trabalho;, reforçou.
Citando melhoras nos gastos dos consumidores e no setor financeiro, que registrou mais empréstimos, e nas próprias políticas do Fed, Bernanke assinalou que os norte-americanos podem esperar para ver ;um ritmo mais rápido da recuperação econômica em 2011 do que no ano passado;. Ele destacou que a inflação norte-americana continua baixa, e que o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis não representa tendência inflacionária. ;Nós vimos, recentemente, altas significativas em alguns preços, como o da gasolina. No entanto, a inflação geral continua bastante baixa;, assegurou.
Bernanke elevou o tom, contudo, contra as críticas de que a decisão do Fed de manter as taxas de juros em níveis históricos de baixa e de injetar US$ 600 bilhões na economia não são mais necessárias, criando o risco de inflação. Para ele, as ações do BC norte-americano estão corrigindo distorções dos mercados.
Petróleo tem queda
Nova York (EUA) ; Os preços do petróleo registraram ontem leve baixa, apesar da tensão provocada pela crise no Egito. No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril para entrega em março foi negociado a US$ 90,54, em baixa de US$ 0,32 em relação ao fechamento da véspera. Em Londres, o barril Brent com o mesmo vencimento foi cotado acima de US$ 101, depois alcançar US$ 103,37, o nível mais alto desde 26 de setembro de 2008.
;A situação no Egito se deteriora, mas não tanto como o mercado teme;, constatou John Kilduff, da Again Capital. Ele acrescentou que as imagens são terríveis e os outros países do Oriente Médio e da África também parecem inquietos. ;A incerteza sustenta os preços;, destacou. O Egito não é um importante produtor de petróleo, mas o país controla duas vias estratégicas de transporte em direção à Europa: o canal de Suez e o oleoduto Suez-Mediterrâneo (Sumed).
Segundo Kilduff, como o dólar subiu, o valor do petróleo caiu. Os preços do barril são afetados pela valorização da moeda norte-americana, que encarece o óleo, tornando-o menos atrativo para os investidores munidos de outras moedas.