Rio de Janeiro - As exportações fluminenses cresceram 48% em 2010 em comparação ao ano anterior, com o recorde de US$ 20 bilhões. O resultado superou a alta de 32% das exportações nacionais registrada no ano passado frente a 2009, de acordo com o boletim Rio Exporta, divulgado nesta quinta-feira (3/2) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Com isso, o estado do Rio recuperou a terceira posição no ranking nacional de unidades exportadoras, que havia sido perdida para o Rio Grande do Sul em 2009, participando com 9,9% do total embarcado pelo país. Os maiores exportadores continuam sendo São Paulo e Minas Gerais. ;Contribuímos com mais de 16% do saldo comercial brasileiro diante de exportações que crescem de forma bastante acelerada no estado do Rio de Janeiro em relação ao Brasil;, disse à Agência Brasil o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês.
Segundo o economista, o crescimento das exportações já era esperado, tendo em vista o desempenho registrado ao longo do ano. Contribuiu para o resultado a entrada em funcionamento da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), cuja produção é voltada integralmente para o mercado internacional. ;Isso beneficiou o estado do Rio de Janeiro em termos de exportações de manufaturados e continuará beneficiando. Podemos prever aí a indústria metalúrgica com recordes de exportações nos próximos anos;, afirmou Mercês.
O boletim revela que 16 dos 23 segmentos pesquisados mostraram aumento nas vendas ao exterior, liderados pela indústria do petróleo. As exportações da indústria extrativa mineral evoluíram 64,9%, atingindo US$ 14,9 bilhões. O segundo maior aumento nas exportações foi detectado na indústria automobilística (59%).
Mercês acredita que o ano de 2011 será melhor ainda que 2010. ;Esperamos uma performance até melhor em 2011, principalmente pela entrada em ação da siderúrgica e de novas plataformas de petróleo que vão estar operando nesse ano. Portanto, em 2011, as perspectivas são mais favoráveis do que em 2010;, assegurou. A exploração de petróleo na camada do pré-sal terá papel decisivo nas exportações, estimou.
O boletim Rio Exporta informa que a China suplantou os Estados Unidos como principal destino das exportações fluminenses. "Nessa nova dinâmica mundial pós-crise, os [países] emergentes passaram a ser os grandes vetores do crescimento. E a China é o grande destaque deles.
Não só a China, como os [países] asiáticos foram os principais propulsores das exportações fluminenses, apesar de os Estados Unidos se manterem na primazia das importações;, disse.
As importações feitas pelo estado do Rio também mostraram recorde no ano passado de US$ 16,7 bilhões, subindo 43% frente ao ano anterior. Todos os segmentos industriais ampliaram as compras no exterior, à exceção do fumageiro (fumo). O segmento de bens de capital, que inclui máquinas e equipamentos, apresentou a maior variação positiva (63%). De acordo com a Firjan, o incremento das importações de bens de capital sinaliza o aumento da capacidade produtiva do estado.