Jornal Correio Braziliense

Economia

Comprar em Miami custa menos do que no Brasil

Geórgea Choucair

Miami, a agitada cidade praiana da Flórida, no Estados Unidos, está cada vez mais próxima dos mineiros. A cidade entrou para a lista de passeios em feriados prolongados e compras de enxovais para a casa e bebês. O dólar baixo, os voos diretos lançados em Confins e os preços competitivos das mercadorias na terra da salsa e das noites badaladas animam o mineiro a aumentar a frequência na terrinha do Tio Sam. Nas agências de viagens da capital, as vendas de bilhetes aéreos para Miami cresceram cerca de 40% no ano passado, em comparação com 2009. Nas bagagens de compras entram eletrodomésticos, roupas, óculos, carrinhos, bodys infantis e pomadas contra assadura.

;Miami virou o quintal de brasileiros e mineiros. É geograficamente a cidade dos Estados Unidos mais próxima e concentra lazer com praias, entretenimento e compras. O turista daqui gosta quando essas características estão juntas;, afirma Lenini Lamounier, diretor comercial da Master Turismo.

O preço da passagem aérea é um convite para os interessados em visitar Miami. A TAM, American Airlines e Copa Airlines lançaram na semana passada preços de tarifas a partir de US$ 588 (cerca de R$ 1 mil, fora a taxa de embarque) para quem voar em fevereiro de Confins para a cidade americana. ;Hoje, temos passagens mais baratas para Miami do que para o Nordeste. E a cidade é o ponto de entrada para quem vai para a Disney, em Orlando;, diz Lamounier, da Master.

Na B Travel, cerca de 25% das vendas de pacotes internacionais são feitas para Miami. ;Muita gente vai para passar poucos dias. Além das passagens com custos menores, os hotéis também são mais baratos;, afirma Antônio da Matta, diretor da agência. Em alguns períodos do ano, diz, é possível encontrar hotéis com preços de diária a partir de US$ 29 (cerca de R$ 50) por lá.

O pequeno Bernardo, de nove meses, já ganhou dois enxovais de Miami. A mãe, a médica Luciana Carvalhaes, viajou duas vezes no ano passado para a cidade. Na primeira, foi com o marido e comprou o enxoval do bebê. Na segunda, foi com as amigas e comprou roupa para o batizado de Bernardo e lembrancinha para a festa de um ano.

Na primeira viagem, Luciana comprou cremes, xampu, pomadas, chupetas, sapatos, carrinho de bebê e DVD para carros. ;Paguei US$ 10 (cerca de R$ 17) pelo creme, quando cheguei, o mesmo produto custava R$ 100;, conta. O segundo embarque foi decidido em cima da hora, em um passeio com o marido por um shopping de Belo Horizonte. ;Compramos aqui dois forrinhos para o carrinho por R$ 300. Achamos caro e vimos que valia a pena voltar a Miami para comprar outras cadeirinhas para o bebê. Marquei a viagem em uma semana;, afirma Luciana.

O carrinho, que custou cerca de US$ 400 (R$ 680) por lá, estava por R$ 1,5 mil a R$ 1,8 mil por aqui. ;Pagamos mais barato em Miami e a qualidade dos produtos é melhor, vale a pena. E há alguns produtos que não encontramos aqui;, observa Luciana. O conforto do voo direto é outro atrativo. ;Saio daqui à noite e chego pela manhã. Em oito horas estamos lá, sem escala nem nada. E como o fuso horário é diferente, chegamos mais cedo;, conta.

Xô, impostos A empresária Viviane Cruz Reis viajou duas vezes para Orlando (EUA) no ano passado e em março vai para um novo destino: Miami. ;A minha intenção é comprar. Os impostos daqui deixam os preços muito altos. No lugar de gastar aqui com roupas de marca, guardo e gasto lá;, afirma. Ela vai renovar o guarda-roupa dela, do marido, do irmão e da filha Bruna, de sete meses. ;Vou comprar roupas de até cinco anos de idade para a Bruna, coisas que não saem de moda;, diz.

Viviane vai passar uma semana em Miami. Pretende desembolsar, no total, cerca de US$ 5 mil (R$ 8,5 mil) em compras. ;Vale a pena. Uma blusa da Calvin Klein, por exemplo, custa cerca de US$ 20. Aqui, é R$ 200;, diz Viviane. O tênis Adidas e Nike infantil, segundo ela, custa US$ 25 (R$ 42,50) nos Estados Unidos e R$ 170 a R$ 200 por aqui. Basicamente, todas as compras de roupas e acessórios da família são feitas agora nos Estados Unidos. ;Junto o dinheiro e compro lá. Só coisas de primeira necessidade que adquiro aqui;, afirma Viviane. O voo direto de Confins para Miami estimula a empresária. ;Não temos que enfrentar a chatice de ter que ir ao Rio de Janeiro ou São Paulo. Isso é bom;, explica