A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou ontem que vai manter os três exames realizados em 2009 que tiveram irregularidades apontadas pela Polícia Federal. A entidade aguarda a relação dos candidatos beneficiados por fraudes nas provas para abrir processo de cassação das carteiras da OAB. %u201CTodos os que tiveram êxito no exame e receberam suas carteiras continuarão trabalhando. No entanto, aqueles bacharéis que a Polícia Federal identificar como tendo sido aprovados em decorrência de fraude terão suas carteiras cassadas%u201D, garantiu o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, por meio de nota. %u201CQuem entrou pela porta dos fundos vai sair pela porta dos fundos%u201D, enfatizou.
Os problemas nos exames da OAB, aplicados pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB), foram descobertos no rastro da Operação Tormenta, deflagrada em junho do ano passado pela PF. A investigação desbaratou um esquema que, há pelo menos 16 anos, fraudava certames federais. Entre eles estão os das agências Brasileira de Inteligência (Abin) e Nacional de Aviação Civil (Anac), da Receita Federal e da própria PF.
No caso da OAB, os investigadores não esclareceram os tipos de irregularidades, mas o esquema desmontado pela Operação Tormenta envolvia uma universidade em Santos onde as provas eram respondidas por professores e vendidas para os concurseiros por até R$ 80 mil. Até o momento, mais de 60 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal em São Paulo. Os líderes do esquema estão sendo processados por peculato, fraude, violação de sigilo profissional, formação de quadrilha, corrupção passiva, receptação e tentativa de estelionato. Os candidatos aprovados, por sua vez, foram denunciados por tentativa de estelionato, receptação e fraude.