Madri - A taxa de desemprego na Espanha alcançou 20,33% da população economicamente ativa (PEA) no final de 2010, nível mais alto em 13 anos, o que significa que 4,69 milhões de pessoas estão sem trabalho no país, informou nesta sexta-feira (28/1) o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
O desemprego voltou a subir no último trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2009, quando a taxa registrada foi 19,79% - um aumento de "meio ponto", segundo o INE. Até esse trimestre, o desemprego vinha subindo paulatinamente desde meados de 2007.
Com aproximadamente 2 milhões de desempregados em 2007, o número mais que dobrou depois da crise econômica.
Em três anos, a Espanha passou de uma taxa de menos de 8% da PEA para a marca dos 20%. No primeiro trimestre de 2009, já havia 4 milhões de desempregados, de acordo com o INE.
A taxa registrada no fim do ano supera as previsões do governo, que calculava o desemprego no período em 19,4%. Para 2011, as autoridades estimam que a desocupação caia para 19,3%, 17,5% em 2012 e 16,2% em 2013.
O desemprego espanhol, que foi tradicionalmente mais alto que a média europeia, atualmente é o mais alto e o dobro da média da Zona do Euro, que ronda os 10% da população ativa, e o mais alto entre os países industrializados da OCDE.
No entanto, a alta interanual de 1,5% em 2010 é a menor da crise, já que em 2008 o desemprego foi de 13,91%, em torno de 5,3% a mais que os 8,6% do ano anterior, e em 2009 foi de 18,83%, ou seja, 4,92% mais que no ano anterior, podendo supor que o aumento do desemprego vem desacelerando.
"São cifras sem dúvida negativas", apesar de "não terem interrompido a onda de progressiva melhora no grau de profundidade da crise", estimou o ministro do Trabalho, Valeriano Gómez.
O presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, declarou no início do ano que em 2011 mais empregos devem ser criados. "Mas estaremos longe de ver o crescimento de emprego que esperamos".
O desemprego continua afetando mais os estrangeiros que moram na Espanha, entre os quais voltou a superar os 30%, como ocorre há dois anos, ficando em 30,4% (um total de 1,09 milhões), frente aos 29,35% do trimestre anterior, e quase "12 pontos" acima do desemprego entre os espanhóis.