O déficit nas vendas externas de produtos manufaturados atingiu US$ 34,761 bilhões no ano passado, um aumento de 316,5% em relação ao déficit de US$ 8,346 bilhões em 2009, de acordo com levantamento feito pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Os números comprovam que as importações de produtos industrializados com alto valor agregado, como aviões e automóveis, têm crescido muito mais que as exportações de produtos similares, abrindo ;um fosso verdadeiramente colossal no comércio exterior de produtos manufaturados;, segundo análise do Iedi.
Em documento divulgado na última quinta-feira (20), o Iedi ressalta que não é contra a importação de máquinas e equipamentos industriais e destaca que a evolução do comércio externo nos dois sentidos, simultaneamente, ;alimentam e decorrem do crescimento econômico;. A grande preocupação dos analistas do instituto está na ;velocidade e intensidade muito fortes; com que as importações evoluem, ao passo que as exportações de bens típicos da indústria brasileira de transformação apresentam progressão menor.
O Iedi destaca que o déficit no comércio externo de produtos manufaturados ;não tem paralelo na história recente; da economia brasileira. As maiores perdas foram contabilizadas nos setores de ;alta; e de ;média-alta; tecnologia, mas afetou também a indústria de ;média-baixa; tecnologia. Este setor tem sido tradicionalmente superavitário e registrou o primeiro saldo negativo em 2010.
Enquanto isso, a balança comercial brasileira fica cada vez mais dependente de commodities (matérias primas com cotação internacional) minerais e agrícolas para garantir saldos positivos. Quadro que só se reverterá com mudanças de ordem tributária, melhor infraestrutura para reduzir o custo Brasil e equilíbrio cambial para a produção nacional ter preços competitivos lá fora.