Uma equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI) irá pedir aos maiores bancos da Grã-Bretanha informações detalhadas nesta semana. O objetivo é conferir a situação dessas instituições antes dos testes de estresse que serão feitos pela União Europeia. Em fevereiro, a equipe irá à Suécia. Na terça, o FMI havia informado que está conduzindo testes de ;rotina; no sistema financeiro de Grã-Bretanha, Suécia, Holanda, Alemanha e Luxemburgo.
A etapa britânica da análise incluirá bancos como HSBC, Barclays e Lloyds Banking Group e deve levar várias semanas. O teste nos cinco países será conduzido no primeiro trimestre. O objetivo é avaliar a saúde financeira das instituições concessoras de empréstimos, para prevenir bancarrotas e, em último grau, o risco de uma crise sistêmica.
A Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) irá conduzir testes similares em seu setor financeiro, com uma metodologia mais dura que a do ano passado. Cerca de 90 bancos serão examinados e os resultados devem ser divulgados por volta de julho. O nível de dificuldade dos testes, no entanto, causa divergências dentro do bloco. Os alemães já estão empenhados em fazer lobby para que os parâmetros dos testes não sejam ;exageradamente severos;.
Autoridades de vários países do bloco reuniram-se ontem para discutir detalhes sobre como conduzir a nova rodada de testes de estresse, debater quais bancos estarão sujeitos ao mecanismo e como medir o cenário de estresse. Os bancos na Alemanha receberão do regulador uma notificação formal dos novos testes nos próximos 14 dias.
A lista final de participantes deve ser fixada no fim de fevereiro, enquanto os resultados serão passados para os reguladores alemães até meados de abril. Os resultados serão publicados até o fim de junho. A data de referência para medir a saúde financeira dos bancos da Zona do Euro, provavelmente, será 31 de dezembro de 2010.
Plano de emergência
O Ministério das Finanças da Alemanha está preparando um plano de emergência para lidar com as consequências de uma possível moratória ou reestruturação de dívida na Grécia. Técnicos do governo estão analisando o que uma reestruturação de dívida grega significaria para os bancos alemães e para a estabilidade da Zona do Euro.
A chanceler Angela Merkel afirmou ontem que a Alemanha continuará fazendo o que for necessário para garantir a estabilidade do euro. Em entrevista à revista Stern, ela acrescentou que ;não haverá retorno ao marco; e que a Alemanha está comprometida com o euro e ;continuará fazendo o que for necessário para garantir um euro estável;.
Merkel disse ainda ser a favor de uma melhor coordenação entre os países da Zona do Euro. ;O que está em jogo são políticas comuns sobre impostos e questões sociais, sobre leis trabalhistas e desenvolvimentos salariais no setor público. Temos que coordenar... para desmantelar as discrepâncias;.
Crescimento de 2,3%
A Alemanha elevou a 2,3% a previsão de crescimento econômico para 2011, comparado a uma estimativa anterior de 1,8%, informou ontem o Ministério das Finanças do país. O governo estima que a exportação crescerá 6,5% neste ano, ante previsão anterior de 8%, enquanto as importações devem avançar 6,4%, e não 7,7%. Segundo o Ministério, o consumo privado aumentará 1,6% neste ano.
Ásia mais tímida
O rápido crescimento econômico da Ásia deve diminuir ligeiramente em 2011, enquanto autoridades monetárias combatem a inflação com juros mais altos e tentam impedir uma apreciação acentuada das moedas locais. Pesquisa trimestral realizada pela agência Reuters mostrou que a maioria das 13 economias pesquisadas na região Ásia-Pacífico devem ver o crescimento esfriar este ano em comparação com 2010.
Segundo a pesquisa da Reuters, a economia chinesa deve crescer 9,3% em 2011, recuando em relação aos dois dígitos de expansão do ano passado, mas a inflação deve acelerar para 4,3%. A inflação na Índia deve ser de 8,8%, ante previsão de 8,3% feita na pesquisa anterior. A Índia, terceira maior economia da Ásia, deve registrar o mesmo ritmo forte de expansão visto no último ano fiscal, com média de 8,7% no ano terminado em março 2011, antes de desacelerar para 8,5% no ano seguinte.
A Austrália, aproveitando a forte demanda por recursos naturais vinda da China, verá sua expansão econômica de duas décadas frear neste trimestre, com as inundações em Queensland prejudicando as exportações de carvão e a demanda do consumidor. Um enorme esforço de reconstrução deve, porém, contribuir de forma considerável ao crescimento, impulsionando as pressões inflacionárias nos próximos meses.
Já a Coreia do Sul sustentará o crescimento econômico sólido neste ano, após registrar a maior expansão em oito anos em 2010. Por isso, a inflação ao consumidor deve ser alavancada. A economia sul-coreana, quarta maior da Ásia, deve crescer 4,3% em 2011, de acordo com a média das previsões de 15 analistas.