Nova York (EUA) - A fabricante de aviões americana Boeing adiou para o terceiro trimestre a primeira entrega do avião 787 "Dreamliner", previsto para dezembro passado, depois da interrupção dos voos de teste durante dois meses, anunciou a empresa nesta terça-feira (18/1).
"Este calendário para a primeira entrega leva em conta o trabalho que ainda resta por fazer para terminar os testes e a certificação do 787", declarou o diretor-geral do programa do 787 Scott Fancher, segundo um comunicado.
"Também acrescentamos margens nos vencimentos para as entregas adicionais que poderiam ser necessárias em prol de realizar a atividade de certificação de forma completa", acrescentou.
Essa mudança, a sétima desde o lançamento do programa em 2004, havia sido antecipada. De fato, a ação da Boeing registrava uma alta de 3,18% a US$ 72,30, visto que a incerteza se dissipou.
Para Kenneth Herbert, analista da casa de corretagem Wedbush, a Boeing está agora mais submetida a uma pressão máxima para respeitar o novo prazo: "a companhia entende que os investidores estão cada vez mais impacientes e que um novo atraso terá, evidentemente, consequências além do impacto sobre os resultados financeiros", disse.
A Boeing indicou que o novo calendário não terá impacto sobre os resultados financeiros de 2010, que serão publicados em 26 de janeiro.
"As previsões financeiras e as primeiras entregas de 787 previstas para o ano 2011" deverão ser detalhadas nesta ocasião, informou o grupo.
As primeiras entregas deste avião estavam previstas para maio de 2008, mas a companhia japonesa ANA, o primeiro cliente, terá que esperar até o terceiro trimestre (julho-setembro) de 2011.
O Dreamliner é fundamental para o futuro da Boeing, pois é o primeiro modelo de avião de longo curso a comercializar em 15 anos, quando lançou ao mercado o B777.
O construtor promete que este novo avião permita economizar 20% de combustível em comparação com os aviões atuais de tamanho semelhante e 30% de custos de manutenção. Além disso, será menos barulhento e mais confortável para o passageiro, segundo a empresa americana.