Jornal Correio Braziliense

Economia

Banco Central Chinês restringe o crédito para combater a inflação

Diante da ameaça inflacionária na China, o banco central do país anunciou ontem que aumentará mais uma vez o montante das reservas obrigatórias das instituições bancárias. O BC chinês informou, por meio de comunicado, que elevará, em meio ponto percentual, o nível exigido para os depósitos compulsórios dos bancos. A medida entrará em vigor a partir de 20 de janeiro.

As exigências variam de acordo com o tipo de instituição financeira. Mas, na média, os bancos terão de depositar recursos equivalentes a 18,5% do que têm disponível, para reduzir sua liquidez para conceder empréstimos. O objetivo é diminuir o potencial de consumo dos chineses e, com isso, reduzir as pressões inflacionárias.
Segundo o analista Mark Williams, da Capital Economics, a decisão do BC chinês foi uma ;resposta ao aumento dos empréstimos;, verificada na primeira semana de janeiro. Pequim abriu a torneira ao crédito no fim de 2008 para responder à crise financeira mundial, mas a expansão monetária que ocorreu em seguida terminou gerando inflação.

Em 2010, a China aumentou seis vezes as taxas de reservas obrigatórias dos bancos. No ano passado, o índice de preços ao consumidor registrou alta de 3,2% em 11 meses, ou seja, acima dos 3% que o governo havia estipulado como meta o ano inteiro.
Em dezembro e depois de a China ter elevado as taxas de juros pela segunda vez em menos de três meses, o primeiro-ministro Wen Jiabao reconheceu a existência de pressões inflacionárias, em especial, dos alimentos básicos, que afetam centenas de milhões de chineses. O presidente Hu Jintao, por sua vez, afirmou, no fim do ano passado, que a estabilidade de preços e a criação de empregos seriam objetivos prioritários para a China em 2011.
O gigante asiático também está preocupado com o aumento dos preços da propriedade, que poderia criar uma bolha imobiliária, cuja explosão teria resultados calamitosos para a segunda economia mundial. Neste contexto, o China Securities Journal destacou ontem, sem citar fontes, que o BC estaria preparando uma nova alta das taxas nas próximas semanas.