Rio de Janeiro - O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) pretende estimular, este ano, o uso do gás natural veicular (GNV) nas frotas brasileiras de veículos pesados, como ônibus e caminhões, em substituição ao óleo diesel. Já há no país, inclusive, experiências para adaptar motores de locomotivas para GNV.
O coordenador do Comitê de GNV da entidade, Rosalino Fernandes, estimou hoje (7), em entrevista à Agência Brasil, que o país poderia economizar até 50% nas importações de óleo diesel caso o GNV seja adotado pelos veículos pesados. Números da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostram que, em 2010, o Brasil importou cerca de 48 milhões de barris de petróleo equivalentes em óleo diesel, ao custo de US$ 4,332 bilhões.
Para Fernandes, o que o Brasil importa de diesel ;é um escândalo;. Como o país não tem, atualmente, capacidade de produzir todo o diesel que necessita, Fernandes sugeriu seguir o exemplo da Argentina. Lá, todo o programa de estímulo ao uso de GNV é baseado na premissa de que ;é muito melhor exportar diesel e gasolina do que exportar gás. Eles estimulam o uso do gás internamente em veículos e para aquecimento domiciliar;.
Fernandes apontou a necessidade de o Brasil investir na infraestrutura de gasodutos, de modo a expandir a rede que recebe o gás em alto mar e o leva para os pontos de consumo. ;Os gasodutos precisam ser expandidos para o interior;, disse ele.
Outro entrave para a disseminação do GNV é o reduzido número de postos de abastecimento, apenas 1.715 em todo o país. Esse é, segundo Fernandes, um dos fatores limitadores para o crescimento do GNV na área de transporte pesado. ;Precisa aumentar o número de postos disponíveis;.
Ele apontou ainda outras alternativas para o GNV, em ferrovias. A mineradora Vale já tomou a dianteira nessa direção e está fazendo testes com locomotivas flex para uso de gás natural e óleo diesel. Fernandes informou que os testes devem ser concluídos ainda este ano.