Brasília - O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, prevê que a decisão do Banco Central de onerar a entrada de recursos estrangeiros no país para conter a queda do dólar não deverá afetar os investimentos. O reflexo que, segundo ele, começará a ser sentido no mercado no mês de abril, vai ter efeito ;imediato sobre o planejamento dos bancos, principalmente sobre operações de intermediação dos empréstimos tomados no exterior;.
De acordo com a determinação de hoje (6), as instituições financeiras vão ter que repassar ao Banco Central 60% sobre o valor da posição de câmbio vendida que exceder US$ 3 bilhões ou o montante equivalente ao patrimônio de referência do banco. A medida começa a ser aplicada em 4 de abril. Segundo Barbosa, a decisão figurava ;entre alternativas unilaterais que estavam sendo estudadas desde 2008 para conter a queda do dólar".
Ele lembrou que há cerca de dez anos o BC adotou tática semelhante, ao limitar a entrada de recursos externos em US$ 500 milhões, quando Armínio Fraga era presidente da instituição. A medida tomada agora pelo banco, diz Nelson Barbosa, não impede a entrada de recursos, apenas aumenta o custo da operação de colocação de dólares no mercado. ;Nada está proibido, mas reflete neste momento tomada de posição do governo contra eventual volatilidade no futuro;, disse pela manhã, ao chegar ao Ministério da Fazenda.