Jornal Correio Braziliense

Economia

Cassinos de Macau têm o quádruplo do faturamento de Las Vegas em 2010

Hong Kong - Os cassinos de Macau registraram em 2010 um faturamento de 23,5 bilhões de dólares, ou seja, um total quatro vezes maior do que o de Las Vegas, segundo estatísticas oficiais divulgadas nesta segunda-feira.

O faturamento em 2010 teve uma alta de 57,8%, confirmando o status de Macau como a capital mundial dos jogos de azar, graças a milhões de apostadores chineses que viajam para esta antiga colônia portuguesa.

Os cassinos de Macau registraram um lucro de 188,3 bilhões de patacas (23,5 bilhões de dólares, 17,7 bilhões de euros), contra 119,3 bilhões de patacas em 2009, indicou a agência de inspeção e coordenação de jogos.

Esta quantia é quase quatro vezes superior aos 6 bilhões de dólares em apostas feitas em Las Vegas em 2010, de acordo com a casa de corretagem CLSA de Hong Kong.

Macau também bateu um recorde de faturamento em dezembro, ao arrecadar 18,88 bilhões de patacas, ou seja, uma alta de 66,4% em relação ao mesmo período de 2009."Não é apenas Macau ou as apostas. Há uma enorme quantidade de chineses do continente que viajam e gastam dinheiro", disse à AFP o analista Aaron Fischer, da CLSA, ao referir-se ao fenômeno.

Devolvido à China por Portugal em 1999, Macau é o único território chinês que autoriza os cassinos. Mas o governo chinês e a Região Especial Administrativa de Macau veem cada vez mais com preocupação as enormes somas de dinheiro que movimenta a economia local e impuseram severas restrições para tentar conter esse crescimento desenfreado.

O governo chinês endureceu em 2009 as exigências para conceder vistos para que seus cidadãos viajem a Macau. Por sua vez, Macau redobrou a pressão para controlar o mercado de trabalho, proibindo a estrangeiros que possuem apenas visto de turistas trabalhem.

Em março, o governo de Macau disse que limitaria o número de mesas de apostas nos cassinos, dificultando os planos de expansão dos grandes operadores.

Estas medidas provocaram dores de cabeça nos operadores de cassinos, incluindo o americano Las Vegas Sands, que viu ser adiado diversas vezes um projeto de 4,1 bilhões de dólares, e o SJM Holding, do empresário multimilionário de origem chinesa Stanley ho, que teve durante anos o monopólio dos jogos de azar em Macau.

Macau bate recordes, apesar da grande concorrência que tem em nível regional, já que Cingapura abriu novos cassinos e busca atrair parte do mercado asiático. Alguns especialistas afirmam que a Ásia ofuscará por completo o mercado americano das apostas em poucos anos.