Jornal Correio Braziliense

Economia

Fiat abre duas empresas diferentes na Bolsa de Valores de Milão

Milão (Itália) ; O grupo italiano Fiat abriu nesta segunda-feira (3/1) um novo capítulo de sua história com o lançamento na Bolsa de Milão de duas entidades surgidas de sua divisão, em uma operação destinada a facilitar as alianças e ajudar a montadora a virar um gigante do setor junto com a norte-americana Chrysler.

Apesar de muitos analistas acharem que a Fiat quer a longo prazo realizar uma operação de fusão com a Chrysler, Sergio Marchionne, diretor-geral dos dois grupos, assegurou que não há hoje em dia um projeto neste sentido.

Mas Marchionne indicou ser possível que a Fiat exerça por fim sua opção de compra dos 51% do capital da Chrysler.

A Fiat possui 20% do capital da Chrysler desde que o fabricante americano saiu de uma situação de concordata em 2009. O grupo deve aumentar suas ações progressivamente até 35% e dispõe de uma opção para chegar a 51% do capital.

Depois da aprovação, por parte dos acionistas da Fiat, da divisão estratégica do grupo em setembro passado, duas entidades passam a ser cotadas na bolsa a partir desta segunda.

Uma dessas entidades é a Fiat Industrial, que agrupa a Iveco (caminhões e ônibus), a CNH (aparelhos agrícolas e de construção) e os motores de artefatos agrícolas e industriais e barcos.

A outra é a tradicional Fiat, que reúne as atividades automobilísticas das marcas Fiat, Lancia, Alfa Romeo, Ferrari e Maserati, assim como os motores e componentes dos veículos.

Cada acionista da Fiat recebeu uma ação da Fiat Industrial. De seu lado, a família Agnelli, fundadora do fabricante automobilístico com sede em Turim (norte da Itália), conserva 30% dos dois grupos.

"Novo capítulo"

Segundo o grupo, a Fiat Industrial ocupa o segundo lugar mundial para a maquinaria agrícola e se situa entre os líderes do planeta em veículos industriais.

"É o início de um novo capítulo da história de duas empresas independentes, um ponto de chegada e um ponto de partida", declarou Marchionne.

"Frente às grandes transformações em curso no mercado, já não podíamos continuar guardando o conjunto dos sectores que não têm nenhuma característica econômica e industrial em comum", acrescentou Marchionne.

A Fiat, que já não terá de se preocupar com os caminhões, ônibus e tratores, poderá concentrar-se agora em sua associação com a Chrysler para tentar concretizar sua aposta de que esta aliança fabricará mais de 6 milhões de veículos em 2014 contra menos de 4 milhões atualmente.