Após 81 dias de negociação, o Sindicato dos Aeroviários confirmou a paralisação da categoria prevista para ter início nesta quinta-feira (23/12). Não houve acordo entre o sindicato e as empresas aéreas durante a reunião de ontem, no Ministério Público do Trabalho (MPT), em Brasília, e a categoria promete fazer greve.
Segundo o diretor do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, Cláudio Chagas, a reunião entre representantes das companhias aéreas e diretores dos sindicatos dos aeronautas e aeroviários não chegou a nenhum resultado. Chagas diz que as empresas se mantiveram irredutíveis, aumentando a proposta de 6,08% para 6,5%. O Ministério Público do Trabalho (MPT), no papel de conciliador, não apresentou proposta.
;Nossa intenção não é protestar apenas contra os salários, mas, principalmente, contra as condições de trabalho e segurança, que são péssimas. Hoje o limite de horas que o trabalhador da categoria deve cumprir é de seis horas, mas ele trabalha muito mais que isso;, afirma Chagas. O diretor do sindicato garante que a legislação, que prevê o mínimo de 30% dos funcionários trabalhando, será respeitada.
Nesta quarta, um dia antes do previsto, um grupo de trabalhadores do Rio de Janeiro fez um piquete no Aeroporto Santos Dumont, causando atraso em diversos voos. No Aeroporto Tancredo Neves em Confins, Minas Gerais, alguns aeroviários fizeram uma passeata para reforçar o indicativo de greve.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que todas as negociações estão sendo acompanhadas e que a responsabilidade da instituição é garantir que os direitos dos passageiros sejam assegurados, mesmo que haja greve. A Anac disponibilizou seis funcionários para reforçar o trabalho de fiscalização no aeroporto de Brasília.
De acordo com a Infraero, a situação é de tranquilidade nos aeroportos brasileiros hoje. O número de cancelamentos e de atrasos é considerado normal para o período do ano, que registra um aumento de 20% no número de passageiros.
A partir da zero hora desta quinta-feira, os aeronautas e aeroviários prometem paralisar os trabalhos. Carlos Chagas informou, ainda, que a previsão é de que a paralisação dure 24 horas. Caso não ocorra negociação, a greve será estendida.