Paris - Europa, Estados Unidos, Brasil e Canadá alcançaram um acordo para reformar o mecanismo de apoio à venda de aviões denominado "créditos de exportação aeronáutica", anunciou uma fonte ligada às negociações.
"Alcançamos um acordo ontem (terça-feira) na última hora. Inclui Europa, Estados Unidos, Brasil e Canadá. Os governos devem ratificá-lo até 1; de fevereiro", afirmou a fonte à AFP.
Há vários meses, estes países e a Europa negociavam na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) a reforma do dispositivo - revisado em 2007 - que permite às companhias aéreas estrangeiras receber uma garantia de empréstimo governamental para facilitar a compra de aviões.
O surgimento de novos competidores para as construtoras europeia Boeing e americana Boeing, como a brasileira Embraer e a canadense Bombardier, reforçou a necessidade de revisão dos créditos à exportação.
Outras companhias europeias e americanas que não estavam incluídas no dispositivo também reclamavam uma reforma.
As negociações formais foram concluídas na sexta-feira em Paris, mas desde então as partes discutiam os últimos detalhes do acordo.
Uma fonte europeia explicou à AFP que o novo texto responderá, em parte, às reivindicações das principais companhias americanas e europeias (Air Berlin, Air France, British Airways, Delta Airlines, Lufthansa e Virgin).
As empresas de transporte, que até agora não tinham acesso aos créditos, denunciavam a existência de ajudas de organismos como a Coface na França, Euler na Alemanha, Exim Bank nos Estados Unidos, as taxas de juros muito inferiores às praticadas nos mercados financeiros.
Agora, as empresas poderão ser beneficiadas, mas sob determinadas condições, por empréstimos a taxas de juros preferenciais.
Airbus e Boeing conseguiram um período de transição, em virtude do princípio de "grandfathering" (cláusula de anterioridade), durante o qual a uma determinada quantidade de aviões, parte deles encomendados em 2007, o aumento não será aplicado.