A economia brasileira acelerou no último trimestre do ano. Em outubro, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou 0,51% em relação ao mês anterior. O Dia das Crianças e a produção para atender a demanda de Natal foram os principais responsáveis pelo incremento. O número mostra que o consumo se intensificou neste fim de ano e indica que a inflação continuará a corroer o bolso do consumidor. O Itaú Unibanco, que também divulgou sua avaliação sobre a conjuntura, seguiu na mesma linha da autoridade monetária.
O indicador calculado pelo banco registrou alta de 0,5%. O setor de serviços foi o principal propulsor da aceleração no mês, seguido de perto pelo comércio e pelo setor público. ;Robustez no mercado de trabalho, expansão do crédito e altos níveis de confiança dos consumidores e das empresas também continuam a apoiar o crescimento econômico;, afirmou Aurélio Bicalho, economista do Itaú Unibanco responsável pelo estudo do Itaú Unibanco.
Para o economista-chefe do Espírito Santo Investiment Bank, Jankiel Santos, o IBC-Br prova que a desaceleração da economia observada até o terceiro trimestre do ano era apenas temporária. ;Os números da economia brasileira, no que diz respeito ao quarto trimestre, devem anunciar a retomada de um ritmo de expansão forte, o que, se confirmado, pode evidenciar o hiato entre produção e demanda, fomentando ainda mais as pressões inflacionarias;, avaliou.
Boa cartilha
Com a inflação disseminada sobre os preços e diminuindo fortemente o poder de compra do brasileiro, especialistas estimam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano próximo dos 6% ; número distante do centro da meta determinada pelo BC, de 4,5%, e perto do nível máximo, de 6,5%. A crítica de parte dos economistas é de que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, cumpriu sua missão com menos afinco neste ano. Ele, porém, depois de ter anunciado que não permanece no governo, assegurou que exerceu sua função de maneira excepcional e como reza a ;boa cartilha econômica;.
Ontem, em evento em Goiânia, Meirelles passou a defender a redução da meta. ;Essa é uma experiência bem-sucedida em vários países. A média das nações emergentes é de cerca de 3% e a média das amadurecidas, de 2%. É uma tendência natural que essa redução da meta ajude a estabilizar um pouco mais a inflação;, argumentou.
SEGUROS PARA A BAIXA RENDA
O Bradesco vai entrar pesado na disputa pelo consumidor de baixa renda que procura seguros. Depois de estrear no segmento do microsseguro no ano passado com um produto que custa R$ 3,50 e protege contra a perda de renda, a seguradora já anuncia seus próximos passos: o lançamento de três novos produtos, com preços que variam de R$ 3 a R$ 15 por mês. Serão sempre apólices combinadas. A primeira oferece seguro de residência e de vida. A segunda, contra acidentes pessoais e de proteção financeira. A terceira garante proteção financeira e assistência funeral.