Jornal Correio Braziliense

Economia

Novos indicadores econômicos geram otimismo nos EUA

Washington - Rendimentos em alta e redução do número de novos desempregados - os dois indicadores econômicos divulgados nesta quarta-feira (24/11) trouxeram otimismo aos Estados Unidos, apesar da persistência das dificuldades no setor habitacional e uma queda das encomendas de bens duráveis, uma situação percebida como temporária.

De acordo com o Departamento de Comércio, os rendimentos dos lares americanos avançaram 0,5% em outubro em relação a setembro, o crescimento mais forte desde maio, quando os analistas esperavam menos de 0,4%.

O aumento dos rendimentos permitiu uma aceleração do consumo: os gastos aumentaram 0,4%, o que representa 0,1% a mais que no mês anterior.

Os analistas esperavam uma alta mais pronunciada, de 0,6% em média. Mas Chris Christopher, economista da IHS Global Insight, considerou "firme" o aumento do consumo.

Recordando que o consumo dos lares garante mais de 70% do crescimento do PIB, Christopher estimou que a economia americana atravessará um quarto trimestre "com bases sólidas".

Numa outra notícia alentadora, o registro de novos desempregados caiu no nível mais bajo desde julho de 2008, ficando em 407 mil na segunda semana de novembro, de acordo com cifras do departamento de Trabalho, bastante inferiores às previstas por analistas.

Para Michael Gapen, da Barclays Capital, esses números ajudam a gerar boas expectativas para as cifras de emprego de novembro, a serem divulgadas em 3 de dezembro.

O índice de confiança dos consumidores publicado pela Universidade de Michigan cresceu em novembro, indo para 71,6, o maior nível desde junho. Os analistas previam 69,3.

De qualquer forma, o índice está muito abaixo dos níveis anteriores à crise financeira. As famílias americanas enfrentam dificultades com um forte endividamento e a persistência de elevada taxa de desemprgeo (9,6%) que, de acordo com o Federal Reserve (o banco central americano) poderia manter-se acima de 9% até o fim de 2011.

Outro indicador divulgado nesta quarta-feira pelo departamento de Comércio revelou que as vendas de moradias novas caiu 8,1% em setembro, em relação ao mês anterior, ficando perto do patamar de debilidade registrado no fim de agosto.

"O setor habitacional continua sendo um fardo para a economia", estimou o economista Joel Naroff, da Naroff Economic Advisors, porque a "indústria da construção civil não pode lutar" com um mercado inundado de ofertas.

O Departamento de Comércio indicou também que as encomendas de bens duráveis caíram 3,5% em outubro depois de registrarem 5,0% em outubro. Mas, segundo Ian Shepherdson, do escritório HFE, este retrocesso é temporário, não devendo assinalar "o início de uma tendência à baixa".