O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira (24/11), em audiência pública no Senado, que a autoridade monetária não poderia substituir auditorias na análise de instituições financeiras.
Ele destacou que haveria um custo muito elevado para os cofres públicos se o BC assumisse a função de realizar auditorias para aprovar compra de bancos. %u201CNão recomendo que instituições supervisoras façam esse papel%u201D, disse.
O presidente do BC disse ainda que o processo de fiscalização do Banco PanAmericano foi conduzido dentro dos prazos, assegurando o sigilo previsto em lei. Meirelles acrescentou que o BC %u201Ccomeçou a identificar que havia inconsistência%u201D no meio deste ano. %u201CNão se sabia quais bancos, nem quantos bancos. O trabalho foi de fiscalização exaustiva.%u201D Em setembro, afirmou Meirelles, foi descoberto que o problema estava no Banco PanAmericano.
No dia 9 deste mês, o Banco PanAmericano anunciou que recebeu empréstimo de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para restabelecer o pleno %u201Cequilíbrio patrimonial%u201D da instituição, ampliar a liquidez operacional e preservar o atual nível de capitalização.
A Caixa comprou 49% do total das ações ordinárias e 36,56% de participação no capital total do Banco PanAmericano. Esse processo de aquisição iniciou-se em dezembro de 2009 e foi finalizado após a manifestação favorável do Banco Central, em julho de 2010, segundo a Caixa.
Na audiência, Meirelles disse ainda que a criação do cadastro positivo de clientes bancários poderia ter facilitado a detecção das inconsistências contábeis do PanAmericano. %u201CO cadastro positivo poderia, sim, ter facilitado um pouco a detecção deste problema por parte dos órgãos reguladores e credores, na medida em que cada um dos credores poderia ter acesso ao que existia de crédito de outras instituições e poderia fazer essa consolidação%u201D, afirmou Meirelles.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) afirmou que existem dois projetos em tramitação para criar o cadastro positivo. Segundo o senador, é preciso unificar os projetos.