Nova York - Os preços do petróleo caíram nesta terça-feira (16/11) em Londres e em Nova York, onde o barril de referência baixou cerca de 3%, voltando ao seu nível do início de novembro, afetado pelo fortalecimento da moeda americana e por temores de ajuste monetário na China.
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do West Texas Intermediate ("light sweet crude") para entrega em dezembro fechou a US$ 82,34, em baixa de US$ 2,52 em relação à essa segunda-feira.
No Intercontinental Exchange de Londres, o barril do Brent do Mar do Norte com igual vencimento perdeu US$ 1,97, a US$ 86,70.
"Tivemos um bom avanço, superando os US$ 88 sem outra razão a não ser o plano de reativação americano e a baixa do dólar. Nos últimos dez dias, a moeda americana havia se fortalecido, ainda que isso tenha sido ignorado pelo mercado do petróleo", lembrou Tom Bentz, da BNP Paribas.
"Os temores sobre um aumento das taxas de juros na China com o objetivo de desacelerar a economia podem ter contribuído, mas o mercado estava supervalorizado, exageradamente comprado de um ponto de vista técnico e precisava de uma correção", acrescentou o analista.
Os preços do petróleo cederam ante sinais de um eventual ajuste monetário na China, mas também quando ocorrem negociações sobre a situação na Irlanda, que enfrenta problemas orçamentários na zona do euro.
A moeda americana se beneficiou com esses temores e o euro caiu abaixo da barreira de US$ 1,35.
Os investidores evitaram tomar qualquer risco, "não apenas na energia, mas também nas ações e diversas matérias primas baixaram de seus tetos" alcançados nos últimos dias, disse Tom Bentz.
Nos Estados Unidos, o mercado precisou assimilar os dados da inflação. Os preços de produção aumentaram 0,4% em outubro, mas excluindo alimentação e energia, os preços no atacado retrocederam pela primeira vez desde outubro de 2009, em 0,6%
"É difícil saber que conclusão tirar. É um valor de deflação, o que levaria a crer em medidas de flexibilização quantitativa adicionais. Mas com a energia, são vistos sinais de pressão inflacionária", disse Phil Flynn, da PFG Best Research.