A desigualdade ainda é muito grande no Brasil. Aquilo que as pessoas percebem sem grandes dificuldades está medido no relatório deste ano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e mostra o percentual do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) que é perdido devido à desigualdade. No caso do Brasil, esse prejuízo chega a 27,2%, levando o indicador para 0,509, suficiente para fazer o país perder 15 posições no ranking de 139 países, ficando na 88; colocação.
Mas o Pnud constata que a situação brasileira vem melhorando nos últimos tempos. Entre 2000 e 2005, por exemplo, as perdas do IDH do país devido à desigualdade caíram de cerca de 31% para 28,5%, em consequência de uma evolução em todas as dimensões, diminuindo três pontos percentuais na saúde e dois pontos percentuais na educação e no rendimento.
Ana Cristina Ferreira da Silva, 28 anos, casada e mãe de uma criança de três anos, é o exemplo concreto de como a vida pode melhorar. Antes de engravidar, já estava há dois anos desempregada. Quando soube que teria um filho resolveu se dedicar exclusivamente aos cuidados do bebê. Dessa forma o marido passou a ser a única fonte de renda da casa.
Ouça trecho da entrevista com Francisco Rodriguez, chefe de pesquisa do escritório mundial do Pnud (em espanhol)