Nova York - Os preços do petróleo subiram nesta quinta-feira (4/11) em Londres e Nova York, impulsionados pela debilidade do dólar, após o anúncio de uma nova flexibilização da política do Federal Reserve (Fed, banco central americano).
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do West Texas Intermediate ("light sweet crude") para entrega em dezembro, fechou a 86,49 dólares, em alta de US$ 1,80 em relação à essa quarta-feira. Durante a sessão, alcançou US$ 86,78, nível mais alto desde o início de maio.
Na Intercontinental Exchange de Londres, o barril do Brent do mar do Norte para entrega em dezembro subiu US$ 1,62, tendo sido negociado a US$ 88, após alcançar US$ 88,21, nível mais alto em seis meses.
"Com a queda do dólar, graças à generosidade de Ben Bernanke e às novas medidas de reativação do Fed, o mercado está encontrando um novo teto", constatou Rich Ilczyszyn, da Lind-Waldock.
O Fed abriu as portas do crédito anunciando nessa quarta-feira a decisão de injetar US$ 600 bilhões para sustentar a recuperação da economia. Este anúncio afetou o dólar, que caiu aos seus níveis mais baixos em 10 meses contra o euro e acelerou os mercados de matérias-primas, cotadas na moeda americana.
A baixa do dólar também leva os investidores a se proteger contra a inflação, orientando-se em direção a ativos tangíveis.
Os operadores do mercado começam a evocar o teto de US$ 90.
"Os preços do petróleo continuam respondendo ao contexto macroeconômico (...) e o novo programa de reativação ajudou a elevar as expectativas de inflação e a debilitar o dólar", observou Hussein Allidina, da Morgan Stanley.
Do ponto de vista dos fundamentos, o mercado esteve sustentado pela evolução dos estoques de petróleo americano, em particular dos produtos derivados (gasolina e destilados), indicou Tom Bentz, da BNP Paribas.
O informe semanal do departamento de Energia mostrou na quarta-feira uma queda de 6,3 milhões de barris nas reservas na última semana, fazendo passar para segundo plano o importante aumento de dois milhões de barris dos estoques de petróleo.