As últimas três das 12 refinarias francesas que estavam em greve contra a reforma do sistema previdenciário retomaram suas atividades normais na tarde de ontem. Os trabalhadores do maior porto petrolífero do país também votaram pelo fim da greve de um mês de duração, dando ao presidente Nicolas Sarkozy uma vitória no confronto com os sindicatos contrários ao projeto que aumentou de 60 anos para 62 anos a idade mínima para aposentadoria.
;Uma série de elementos tornou possível propor aos trabalhadores o retorno ao trabalho;, disse o funcionário da CGT Pascal Galeote, líder da greve no terminal Fos-Lavera, a jornalistas. O primeiro de várias dezenas de petroleiros que atracaram em Fos-Lavera, no Porto de Marselha, no sul do país, deveria começar a descarregar na noite de sexta-feira, segundo informou Galeote, depois que os trabalhadores votaram pelo fim da mobilização.
Refinarias
As greves, que fizeram secar as bombas de gasolina e forçaram a importação de combustível, foram o ápice de meses de protestos contra o projeto de Sarkozy de aumentar a idade para a aposentadoria para combater um déficit na previdência e um teste importante para o presidente conservador. O ministro de Energia francês, Jean-Louis Borloo, disse ontem que a situação do combustível no país deverá estar completamente normalizada na metade da próxima semana.
Ontem, os trabalhadores das refinarias também aprovaram o fim da paralisação. ;Todas as usinas devem pôr fim hoje ao movimento;, disse um porta-voz do grupo petroleiro Total à AFP. As três refinarias da Total que ainda mantinham a greve ; Donges, Feyzin e Grandpuits ; decidiram retomar as atividades. A refinaria de Mede voltou a funcionar na quarta-feira e ontem pela manhã já operavam normalmente as de Gonfreville l;Orcher e Dunkerque.
As usinas interromperam suas atividades em 13 de outubro, depois que os trabalhadores decidiram prolongar a greve iniciada no dia anterior, em meio à mobilização social contra a reforma do sistema de aposentadorias defendida por Sarkozy, aprovada na quarta-feira pelo Parlamento francês. A Total estimou entre 5 milhões e 6 milhões de euros por dia os prejuízos provocados pela paralisação.