A Polícia Federal concluiu que houve fraude nos concursos da instituição feitos em 2001 e 2004. Sete policiais que ingressaram nos quadros da corporação depois de terem acesso antecipado ao gabarito das provas foram indiciados pelo crime de estelionato e um deles, que se encontra preso, também foi indiciado por formação de quadrilha. Os policiais deverão responder a processo administrativo disciplinar, que poderá resultar na exoneração dos suspeitos. A investigação é mais um desdobramento da Operação Tormenta, desencadeada em junho. A ação teve início após suspeitas de fraudes no concurso para agente da PF feito em 2009.
No caso do certame do ano passado, foram identificados 55 candidatos que tiveram acesso às respostas da prova de agente. Desses, seis chegaram a frequentar o curso de formação para o cargo, mas acabaram desligados a partir do desencadeamento da operação. Os outros 49 candidatos foram eliminados durante as diversas fases do concurso.
Gabaritos
Além disso, no início de agosto, a PF já havia concluído que a quadrilha vendeu gabaritos para o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Há suspeitas de que os concursos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), de 2009, e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), de 2008, também tenham sido fraudados e, por isso, estão sob análise dos policiais.
Os investigadores criaram um software para cruzamento de dados das provas. O sistema já foi usado para auditar 75 concursos em busca de irregularidades. Desde junho, quando a ação foi desencadeada, os investigadores já ouviram o depoimento de 248 pessoas em busca de informações que pudessem levar aos responsáveis pelo crime.