Os brasileiros mais pobres estão usando os programas sociais do governo Lula, como o Bolsa Família, para aproveitar as benesses advindas de um projeto aprovado por José Serra quando foi ministro da Saúde ; os medicamentos genéricos. O resultado disso foi que as empresas que fabricam esses remédios registraram, no terceiro trimestre do ano, o maior crescimento da história: 32% ante o mesmo período de 2009.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), foram vendidas, entre julho e setembro, 117,9 milhões de unidades, totalizando 318,5 milhões no ano. Na avaliação do presidente da Pró Genéricos, Odnir Finotti, tal resultado alterou a perspectiva de crescimento do setor para 2010, que passou a projetar um aumento de 35% ante os 25% anteriores. Finotti atribuiu a expansão do mercado nacional à melhora na distribuição de renda e aos preços dos remédios que são, em média, 35% mais baratos do que os produtos exclusivos dos grandes laboratórios.
Com isso, os consumidores brasileiros já economizaram mais de R$ 17 bilhões com a substituição de produtos de marca desde 2001, quando os genéricos entraram no mercado. ;Hoje é possível que uma pessoa faça o tratamento completo de uma doença só com genéricos. A oferta é ampla, 90% das enfermidades que afligem qualquer cidadão têm um produto similar mais barato;, destacou Finotti.
As vendas de genéricos já representam 20% do mercado farmacêutico brasileiro. Esse percentual deve aumentar nos próximos dois anos, já que mais de 20 patentes de medicamentos devem expirar. De julho a setembro de 2010 o setor movimentou R$1,7 bilhão e, no acumulado do ano, R$ 4,4 bilhões, 37,3% a mais em relação ao mesmo período de 2009.
Na opinião do diretor executivo da Drogaria Rosário, Álvaro Silveira Júnior, a expansão das redes de farmácias populares ; que oferecem medicamentos mais baratos à população carente ; e o fim de patentes de remédios para controle de colesterol e hipertensão têm colaborado para o crescimento das vendas de genéricos. Segundo ele, a comercialização do produto que não é de marca já representa 20% do faturamento da Rosário. ;Se mais patentes expirarem no próximo ano, esse índice pode subir para até 25%. Toda indústria que quiser ter uma participação forte no futuro deverá possuir uma divisão de genéricos;, acrescentou.