Jornal Correio Braziliense

Economia

Produção industrial cai em setembro, segundo pesquisa da CNI

Brasília ; O nível da produção industrial caiu de 55,1 pontos em agosto para 53 pontos no mês passado. O resultado de setembro ficou um pouco abaixo da média histórica de 53,6 pontos, de acordo com pesquisa divulgada nesta quarta-feira (27/10) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A Sondagem Industrial consultou 1.529 empresas de todo o país, entre 4 e 19 de outubro.

O gerente da Unidade de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da CNI, Renato da Fonseca, disse que, apesar da queda do indicador, a atividade continuou em alta no terceiro trimestre, se comparado ao trimestre anterior. ;A indústria registrou melhora nas condições financeiras do terceiro trimestre e, pela primeira vez, o lucro operacional das empresas é considerado satisfatório pelos próprios empresários;. Ressaltou que, na pesquisa, o indicador de empregados na indústria subiu de 54,6 pontos para 55,2 pontos na comparação trimestral.

O economista da CNI afirmou que, depois de nove trimestres seguidos de dificuldades, ;as condições de acesso ao crédito se normalizaram no caso das grandes empresas e as pequenas empresas, que haviam interrompido o ritmo de crescimento no segundo trimestre deste ano, voltaram a crescer em agosto e setembro;.

A Sondagem Industrial ouviu 201 grandes empresas, 424 empresas de porte médio e 904 pequenas empresas. Com base nessa amostra, concluiu que o percentual médio de utilização da capacidade instalada (UCI) cresceu de 75% para 76% do segundo para o terceiro trimestre do ano. Ainda abaixo dos 78% registrados no terceiro trimestre de 2008, antes da crise financeira mundial.

Segundo Fonseca, a UCI está no ;nível usual para o período; e isso demonstra que o ritmo de expansão na indústria de transformação ;não é excessivo;. Ele acrescentou que a atividade sempre cresce um pouco no terceiro trimestre de cada ano, quando a indústria começa a atender as encomendas para as festas de fim de ano.

De modo geral, o otimismo do empresariado continua elevado, de acordo com a Sondagem Industrial da CNI. O problema mais preocupante, no entender de Renato da Fonseca, diz respeito à queda de expectativas quanto às exportações, por causa da valorização do real em relação ao dólar. Indicador que vem se retraindo desde março último.

O empresariado também demonstra preocupação em relação à elevada carga tributária. Outro ponto que vem ganhando espaço nas discussões dos empresários é a falta de qualificação profissional, que obriga as empresas a formar pessoal próprio, o que implica mais custos.