Rio de Janeiro - Entre as 371,6 mil empresas brasileiras com pelo menos dez assalariados existentes no país em 2008, 8,3% apresentavam alto crescimento. Trata-se de uma classificação desenvolvida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que compreende empresas que têm crescimento médio do pessoal assalariado acima de 20% ao ano.
A constatação faz parte do estudo Demografia das Empresas, divulgado nesta quarta-feira (27/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento foi feito a partir do Cadastro Geral de Empresas do instituto e analisou as empresas segundo o crescimento do pessoal assalariado.
Esse patamar, segundo o IBGE, é considerado elevado para os padrões internacionais. No período entre 2002 e 2005, as empresas de alto crescimento estavam na faixa de 3% na Áustria e no Canadá, e 6% em países como Estados Unidos e Espanha.
O estudo aponta ainda que as companhias com esse perfil têm papel relevante na geração de empregos formais. Entre os anos de 2005 e 2008, elas foram responsáveis pela criação de 2,9 milhões de postos de trabalho, ou seja, quase 60% dos 5 milhões gerados no período no país. Ainda de acordo com o levantamento, o aumento dos postos assalariados formais entre 2005 e 2008 nas empresas de alto crescimento foi de 173,7%, enquanto para o conjunto de todas as empresas, a expansão foi de 22%.
Somente em 2008, havia ao todo 30.954 companhias de alto crescimento. Elas foram responsáveis por empregar 4,5 milhões de brasileiros (16,8% do total) e pagavam em média 2,4 salários mínimos mensais. O documento do IBGE destaca, ainda, que entre elas, as que tinham até cinco anos de existência no início da análise, chamadas gazelas, totalizavam 12.359 (40% das de alto crescimento) e eram responsáveis por empregar 1,3 milhão de pessoas, pagando em média 2,1 salários mínimos.