Brasília - A taxa média de juros cobrada das famílias em setembro, de 39,4% ao ano, é a mais baixa da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em julho de 1994. Esse recuo veio acompanhado de queda também na taxa de inadimplência, como são considerados os atrasos superiores a 90 dias, que chegou a 6%, no mês passado, a mais baixa desde julho de 2005 (5,9%).
No caso das empresas, a taxa média subiu 0,1 ponto percentual, para 29% ao ano, de agosto para setembro. A inadimplência ficou em 3,5%, uma queda de 0,1 ponto percentual em relação a agosto.
[SAIBAMAIS]Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, devido à redução dos atrasos de 15 a 90 dias, a expectativa é de continuidade da redução da inadimplência e, com isso, também ;vislumbra-se a possibilidade de queda na taxa; média. No caso das pessoas jurídicas, a previsão é de estabilidade na inadimplência.
Lopes acrescentou que as famílias têm buscado modalidades de crédito com taxas mais baixas. Isso é sinalizado pelo crescimento dos saldos das modalidades. Enquanto o saldo do cheque especial, com taxa de 167,2% ao ano, cresceu 0,2% em 12 meses encerrados em setembro, o volume do crédito pessoal, incluídas operações consignadas em folha, com taxa de 41,6% ao ano, apresentou expansão de 24,5%.
Nesse mesmo período, o financiamento imobiliário apresentou expansão de 55,5% e o crédito para a compra de veículos cresceu 42,5%. ;As famílias estão saindo de modalidades caras para ir para mais baratas. É um ponto importante de gestão financeira, de comprometimento de renda das famílias;, afirmou Lopes.
Dados preliminares do BC de sete dias úteis deste mês mostram que a taxa média de juros cresceu 0,1 ponto percentual, para 35,2% ao ano. No caso das famílias, ficou estável em 39,4% ao ano. Para as pessoas jurídicas subiu 0,1 ponto percentual, para 29,1% ao ano. O volume de crédito cresceu 2,4% nos sete dias úteis deste mês, em relação a setembro.
No mês passado, o volume de crédito do sistema financeiro chegou a R$ 1,611 trilhão, com aumento de 1,8% em relação a agosto e de 14% no ano, segundo dados do Banco Central, divulgados hoje (26). Em 12 meses encerrados em setembro, o crescimento é de 19,6%.
;O crédito cresce a uma taxa bastante razoável, em linha com a própria dinâmica da economia. Indicadores apontam estabilidade no nível de atividade. Para o final de ano, tem uma demanda mais forte do crédito. As famílias buscam liquidar compromissos anteriores para voltar ao mercado de crédito. Para os próximos meses, a expectativa é que se tenha uma taxa de crescimento [do volume de crédito] um pouco mais elevada;.