Jornal Correio Braziliense

Economia

Cuba pede apoio internacional para acabar com duradouro embargo econômico

Brasília - A Comissão de Relações Internacionais da Assembleia Nacional de Cuba aprovou uma moção que será encaminhada a todos os países em favor do fim do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos aos cubanos. As autoridades querem o apoio da comunidade internacional para encerrar os 38 anos de bloqueio a Cuba. Sob embargo norte-americano desde 1962, Cuba se esforça para evitar o agravamento da crise no país ao anunciar a abertura do mercado de trabalho, demissão de cerca de 500 mil funcionários públicos e a aproximação da União Europeia. "O bloqueio continua intacto e não são utilizadas as prerrogativas institucionais gerais, como a que autorizava o Executivo a introduzir mudanças importantes", diz o documento, aprovado pelos parlamentares da comissão. As informações são do jornal oficial de Cuba, Granma. Segundo as autoridades cubanas, o governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, intensificou o bloqueio econômico ao país. As autoridades de Cuba reclamam das dificuldades de exportação de alimentos. Para elas, o discurso de campanha de Obama é oposto ao que ele tem colocado em prática na sua gestão na Casa Branca. Em setembro, na 65ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, condenou o bloqueio a Cuba. Ele classificou o embargo como um "ilegítimo bloqueio". As restrições atingem as áreas econômica, política e diplomática. De acordo com o governo cubano, as medidas se tornaram mais intensas nos governos de Bill Clinton, George W. Bush e, agora, no de Obama. Os cubanos reivindicam, inclusive, que filiais estrangeiras de empresas dos Estados Unidos negociem com o país. Antes de ir a Nova York, Amorim esteve em Havana, capital de Cuba. Na cidade, ele se reuniu com o presidente cubano, Raúl Castro, e outras autoridades e disse que o Brasil está disposto a intensificar as parcerias com o país. Uma das ideias é repassar a experiência e o conhecimento sobre desenvolvimento de pequenas e médias empresas a fim de diminuir o número de informais na economia de Cuba. Amorim costuma afirmar que o diálogo próximo e permanente entre Cuba e Brasil permite que os brasileiros sejam interlocutores diferenciados na busca do fim do bloqueio ao país. No mês passado, o ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, acusou Obama de reforçar o embargo. Segundo o chanceler, as severas restrições fizeram a ilha acumular, ao longo dos anos, um prejuízo de US$ 751,3 bilhões.