São Paulo ; O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira (18/10) que o governo tem acompanhado com atenção o fluxo cambial. Meirelles também afirmou que, sempre que necessário, tomará medidas para evitar danos à economia brasileira. ;O risco seria grande se não existisse uma ação prudencial a respeito;, ressaltou, logo após participar de encontro da Associação Brasileira das Empresas de Leasing (Abel), em um hotel da zona sul de São Paulo.
;Compete às autoridades de cada país prevenir a formação de bolhas (de ativos)", ponderou, referindo-se aos efeitos da política norte-americana de manutenção de juros em baixa, o que tem provocado maior ingresso de dólares com o movimento de investidores estrangeiros no mercado financeiro brasileiro.
Uma das ações citadas por ele é o enxugamento da liquidez, que tem levado ao acúmulo de reservas internacionais, que já atingem US$ 280,096 bilhões. Ele lembrou que o ganho obtido pelo Brasil no período da crise financeira de 2008 ultrapassou o custo de carregamento das reservas. No início do mês, o governo também reforçou a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) como forma de evitar a entrada excessiva de dólares.
O presidente do BC observou que essa não é uma preocupação exclusiva do Brasil. A desvalorização do dólar também preocupa outros países emergentes e até nações ricas como a Suíça e o Japão.
Meirelles reiterou a importância de um acordo multilateral para que haja maior garantia contra situações de crise que possam implicar em riscos sistêmicos, mas disse que ;isso será discutido no devido tempo;.