Jornal Correio Braziliense

Economia

Conab prevê produção menor e aumento de área plantada para safra 2010-2011

Brasília - A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que o país colherá entre 145,72 milhões e 147,93 milhões de toneladas na safra referente ao ciclo 2010-2011. O primeiro levantamento para o período estima uma redução de 667,6 mil a 3,1 milhões de toneladas, na comparação com a safra anterior ; quando o recorde foi batido com uma colheita de 148,82 milhões de toneladas.

Quanto à área plantada, a previsão da Conab é que haja crescimento, podendo chegar a 47,99 milhões de hectares: um aumento de 1,3% na comparação com a safra anterior, quando foram plantados 47,37 milhões de hectares. O cenário mais pessimista indica ligeira queda (-0,1%) ; o que corresponderia a 47,32 milhões de hectares plantados.

;A previsão de queda na colheita deve ser (pelo menos parcialmente) compensada pelo crescimento da área de plantio;, disse o diretor de Política Agrícola e Informação da Conab, Sílvio Porto. ;Ainda não foi descartada a possibilidade de, com a ajuda do clima, atingirmos as 523 milhões de toneladas projetadas pelo mercado. Mas para isso, claro, precisamos da colaboração do clima;, acrescentou.

No entanto, ele pondera que a possibilidade maior é que o clima não seja tão favorável quanto o das safras passadas, principalmente se for confirmada a previsão de ocorrência do fenômeno La Niña. Isso, segundo o diretor, poderia comprometer o desenvolvimento das lavouras, principalmente as de grãos.

;O efeito desse fenômeno é uma redução das chuvas, impactando nas lavouras de milho e soja, principalmente no Norte, Nordeste e Sul. Janeiro e fevereiro são os meses de maior intensidade. O problema em relação ao Cento-Oeste é o fato de estarmos vivenciando um período de estiagem prolongado, que afetou principalmente a soja plantada mais cedo;, avalia

;Caso se confirme o La Niña, certamente acabaremos alterando os números apresentados;, explica o diretor. Com o risco de queda na produção de milho ; associada aos preços altos do mercado ; o governo cogita adotar a estratégia de fazer leilão dos estoques públicos dos 5,5 milhões de toneladas de milho. A finalidade é evitar que o custo maior acabe influenciando o preço das carnes, uma vez que o milho é um dos principais alimentos de aves e suínos.

;Já estamos nos preparando e conversando com outros ministérios, já que o apoio precisa ser feito por meio de portaria, visando a liberação desses estoques;, disse o diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, José Maria dos Anjos.