Nova York - A Alemanha não leva em conta os riscos de deflação e pode provocar "uma espiral deflacionária" nos países deficitários da União Europeia, advertiu nesta terça-feira (5/100 o multimilionário americano George Soros.
"A Alemanha não só insiste em uma estrita disciplina orçamentária para os países mais frágeis, mas também está reduzindo seu próprio déficit", declarou Soros, durante conferência, em Nova York, sobre dívidas soberanas.
A Alemanha "provavelmente não se dá conta de que segue uma má política macroeconômica porque esta política joga a seu favor", avaliou Soros, crítico da intransigência alemã sobre a disciplina orçamentária.
"Quando os países credores e os países devedores reduzem seus déficits em um momento em que o desemprego é elevado, entra em ação uma espiral inflacionária nos países devedores", explicou o investidor de origem húngara a estudantes da Universidade de Columbia, em uma palestra sobre a política de saída da crise de dívidas soberanas da União Europeia.
"Embora alcancem seus objetivos de redução de déficits, os países (europeus) mais frágeis terão dificuldades em voltar a ser competitivos perante a Alemanha e encontrar a via do crescimento porque ao não ser depreciada a taxa cambiária, terão que reduzir os salários e os preços, gerando deflação", explicou. "E a deflação torna o fardo do custo da dívida ainda mais pesado", concluiu Soros.