Brasília - O faturamento da indústria em 2010 poderá ficar 10% acima do registrado no ano de 2009, apesar do recuo ocorrido em agosto de 0,3% em relação a julho. A estimativa é do economista Flávio Castelo Branco, coordenador da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A expectativa vem do fato de que todos os setores estão em franca atividade, com números de desempenho superiores aos do ano passado, "quando o país caminhava na pós-crise".
A economia, segundo ele, está em trajetória de expansão depois da crise de 2008, refletindo aumento dos investimentos industriais para fazer face à demanda do mercado internacional. A tendência é que esse ritmo se acentue no terceiro trimestre a fim de atender as encomendas do comércio e da indústria para o final do ano, quando o nível de vendas tende a aumentar, embora não haja previsão de grande impulso.
A oferta de emprego até o final do ano também deverá continuar favorável, a exemplo do que vem ocorrendo nos últimos 13 meses, prevê a CNI, que divulgou nesta terça-feira (5/10) o Boletim Indicadores Industriais. O uso da capacidade instalada na indústria, segundo a publicação, recuou 0,2 ponto percentual em agosto, ficando em 82,3% da estrutura da indústria, tendência que ocorre pelo quarto mês consecutivo. No entanto, em relação a agosto de 2009 o aumento da capacidade instalada foi de 2,3 pontos percentuais.
O crescimento do emprego na indústria, de acordo com Castelo Branco, é uma variável importante nos indicadores industriais, pois mostra a confiança das empresas na expansão futura da produção.
O nível de emprego em agosto ficou 1,7% maior do que o registrado no período pré-crise, em 2008, segundo o boletim. Comparado ao mês de agosto de 2009 houve crescimento de 7,4%, enquanto na média acumulada do ano o avanço foi de 5,12% ante o mesmo período de 2009.