Nova York - Os preços do petróleo subiram mais uma vez nesta quinta-feira (30/9) em Nova York, chegando a superar os US$ 80 pela primeira vez desde o início de agosto, graças à queda das reservas americanas.
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação do "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em novembro fechou em US$ 79,97, em alta de US$ 2,11 em relação à quarta-feira.
Os preços, que tinham superado a barreira dos US$ 79 na abertura da sessão, operaram brevemente nos US$ 80 nos últimos minutos das operações. Esses dois tetos não tinham sido superados desde 11 de agosto.
No IntercontinentalExchange de Londres, o barril de Brent do Mar do Norte com igual vencimento ganhou US$ 1,54, a US$ 82,31. Desde 6 de agosto, o Brent não superava os US$ 82.
"É a continuação do que ocorreu, foram publicadas (na quarta-feira) os dados do Departamento de Energia que mostraram uma queda generalizada dos estoques" petroleiros americanos, explicou Andy Lipow, da Lipow Oil Associates. "É um alívio para o mercado petroleiro, porque os estoques são realmente muito elevados nos Estados Unidos", completou. "Entramos no quarto trimestre, a demanda aumenta no nível mundial, enquanto a produção da Opep (Organização de Países Exportadores de Petróleo) mantém-se globalmente estável. Os fundamentos do mercado melhoram".
As reservas de petróleo tinham alcançado os níveis mais altos em 20 anos no fim do verão no Hemisfério Norte, pesando particularmente sobre as cotações no mercado nova-iorquino.
Na quinta-feira, os preços receberam também o apoio de indicadores econômicos alentadores nos Estados Unidos, onde as solicitações de seguro-desemprego caíram mais que o previsto na semana passada e o índice ISM da atividade da região de Chicago subiu a seu nível mais alto desde junho.
Segundo Tom Bentz, do BNP Paribas, o mercado também reagiu à crise que explodiu no Equador, onde o presidente Rafael Correa denunciou uma "tentativa de golpe de Estado", depois que um grupo de militares ocupou o aeroporto e policiais apoderaram-se do Congresso.
"O Equador produz 425 mil barris diários, dos quais 185 mil vão para os Estados Unidos", explicou. "Não é muito, não há problemas de oferta (nos EUA). A menos que o fornecimento seja detido completamente por um longo período, não vejo impacto real".
"Mas isso criou certo nervosismo durante o dia", observou.