Jornal Correio Braziliense

Economia

Protestos por greve geral reúnem milhares na Espanha

Madri - Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas de Madri e de outras cidades espanholas convocadas pelos principais sindicatos, durante a greve geral contra a reforma trabalhista do governo espanhol.

Em Madri, cerca de 500 mil manifestantes participaram de uma gigantesca passeata a partir das 18h30 local (13h30 Brasília) que percorreu o Prado e a rua Alcalá, entre a praça Netuno e a Porta do Sol, sob as bandeiras vermelhas dos sindicatos.

Em Barcelona, mais de 400 mil pessoas foram as ruas, em um protesto seguido por centenas de cidades espanholas.

As passeatas são um "clamor" e uma "expressão de democracia" que "não podem deixar o governo impassível; o governo precisa reagir. A greve geral e as mobilizações foram convocadas para que o governo mude suas políticas", disse o secretário geral das Comissões Operárias (CCOO), Ignacio Fernández Toxo.

A reforma trabalhista aprovada pelo governo "condena os jovens à precariedade" e "é uma reforma para demitir com mais facilidade", denunciou o líder da central sindical UGT, Cándido Méndez, durante a passeata em Madri. "Estão convertendo em culpados as vítimas da crise econômica".

Essa reforma "reduziu os direitos dos trabalhadores", denunciou Andrés Santana, 45 anos, líder sindical, que deplora "o desamparo promovido por parte do empresariado".

A greve geral "precisa mudar a ideia do governo de sempre colocar sobre os mesmos a culpa dos déficits que surgem de suas políticas": "não é possível descarregar a crise sobre os que menos contribuíram para gerá-la", disse María José, 50 anos.

Essa é a primeira greve geral contra o governo de José Luis Rodríguez, e coincide com uma jornada de luta na Europa, marcada por uma grande manifestação em Bruxelas e concentrações em Portugal, Itália e Polônia contra as medidas de austeridade para enfrentar a crise.

Segundo o secretário da União Geral dos Trabalhadores (UGT), José Javier Cubillo, a paralisação começou com adesão de 71,70%, atingindo principalmente os setores de serviços, siderurgia, infraestruturas, coleta de lixo e serviços de limpeza urbana".