Washington - O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, afirmou nesta terça-feira (28/9) em um encontro com jornalistas de agências de notícias que teme a eventualidade de uma "recuperação sem emprego" da economia mundial, fragilizada demais para reduzir o desemprego.
"O crescimento não é suficiente, o objetivo de tudo isto é o emprego e o risco de uma recuperação sem emprego está presente", declarou Strauss-Kahn, em entrevista na sede do FMI, em Washington.
"A recuperação é uma coisa, precisa de uma boa base e, segunda etapa, embora a recuperação esteja assegurada, a questão é saber quantos empregos trará ao nível mundial", acrescentou.
"Nossa opinião a respeito é que não poderemos dizer que a crise terminou antes que o desemprego diminua realmente. Quando se observa a Europa, por exemplo, não está claro que a taxa de crescimento que prevemos atualmente permita este tipo de previsão", disse o chefe de Estado.
Interrogado sobre a eventualidade de uma "guerra de divisas", em que vários países estrariam em uma corrida para desvalorizar as moedas, Strauss-Kahn considerou a possibilidade "muito frágil".
"Não tenho a impressão, hoje, de que haja um alto risco de guerra de divisas. Mas isto é parte dos riscos que enfrentamos", informou.
"Acho que a possibilidade é bastante remota, porque todo mundo pode compreender que conflitos grandes demais a respeito teriam repercussões negativas. No entanto, pode-se produzir", considerou.
Finalmente, Strauss-Kahn afirmou que não vê a fragilidade de certos bancos europeus como "um problema mundial".
"Fizemos nosso trabalho (...) para observar as defesas dessas instituições e se poderiam resistir a uma situação de crise e nos parece que tudo é administrável. Como consequência, não vejo um problema mundial ao nível do setor financeiro global", argumentou.