Jornal Correio Braziliense

Economia

Petróleo fecha em queda em Nova York, após dados decepcionantes

Nova York - Os preços do petróleo caíram nesta terça-feira (28/9) em Nova York, no fechamento de uma sessão volátil, influenciada por uma maior fragilidade do dólar, que não conseguiu sustentar um mercado afetado por indicadores econômicos.

No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do West Texas Intermediate (designação do "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em novembro fechou em US$ 76,18, em queda de 34 centavos em relação a ontem.

O mercado fechou no vermelho - no qual tinha iniciado a sessão - depois de uma incursão em terreno positivo.

Os indicadores publicados nesta terça-feira desestimularam os investidores.

De um lado, os preços das moradias caíram em julho nos Estados Unidos, depois de três meses de alta, sinal de um mercado que se estanca, segundo a pesquisa mensal S/Case-Shiller. Por um lado, o consumo no país continua limitado, como mostra a queda do índice de confiança do instituto privado de conjuntura Conference Board em setembro, no nível mais baixo desde fevereiro.

Uma economia desacelerada pesa sobre as previsões de demanda de energia.

O novo quadro de fragilidade do dólar sustentou apenas temporariamente os preços do petróleo. Teoricamente, uma queda da moeda americana aumenta o poder aquisitivo dos investidores providos de outras moedas e faz com que alguns busquem refúgio em ativos mais tangíveis para se proteger de uma desvalorização da moeda.

"A ideia de utilizar o petróleo como proteção (contra a queda do dólar) implica igualmente um certo otimismo sobre os fundamentos do mercadom, mas não se pode ser excessivamente otimista, levando em conta o nível recorde das reservas nos Estados Unidos e quase recorde no conjunto dos países da OCDE", destacou Antoine Halff, da Newedge Group.

As cifras semanais de estoques de petróleo serão publicadas nesta quarta-feira pelo Departamento de Energia.

"As estimativas prevêem uma nova alta das reservas de produtos petroleiros. Dado que já estamos em níveis elevados, é muito negativo", admitiu Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.